Conversas informais, mas com assuntos bem delineados, deram o tom do ambiente do Palácio da Liberdade na noite dessa terça-feira (17). A antiga sede do poder Executivo de Minas Gerais, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, sediou um encontro entre o governador Romeu Zema (Novo) e deputados estaduais de sua base aliada.
Apesar do horário, e de ser anunciado como um jantar, o evento não teve, propriamente, refeições tradicionais — mas a oferta de petiscos a parlamentares. E, entre um pão de queijo e um gole nos sucos oferecidos, os presentes trataram, por exemplo, do desejo de Zema de aprovar, até o fim deste ano,
Além dos sucos, o cardápio de bebidas teve água e refrigerante. Nada de álcool.
A autorização da Assembleia Legislativa à entrada de Minas Gerais no RRF é, neste momento, uma das prioridades de Zema. O plano de ajuste econômico é visto, pelo governo do estado, como saída
Nas contas de interlocutores do governo, Zema tem o apoio de 57 dos 77 integrantes da Assembleia. O número, porém, é questionado por outras fontes,
“O governador se colocou à disposição dos deputados. Ele quer aumentar ainda mais o relacionamento, já que estava um pouco distante de alguns deputados”, disse, ao fim da reunião, o deputado estadual Eduardo Azevedo, que recentemente deixou o PSC para se filiar ao PL.
Para Bim da Ambulância, do Avante, Zema deu uma espécie de “primeiro passo” na busca por estreitar os laços com os aliados, se colocando à disposição dos mandatos parlamentares.
“O recado está dado. Tanto pelos que não vieram, quanto pelos que vieram - e tiveram a humildade de reconhecer, para o governador, esse descontentamento, pois, infelizmente, o governo não está sinalizando a quem é leal a ele. Temos a base, mas temos de ter consciência de lealdade”, alertou.
Nova rodada de conversas
Em julho, o entorno de Zema já havia feito reuniões ampliadas com deputados aliados. À época, os encontros, liderados pelo vice-governador Mateus Simões (Novo), ocorreram na sede do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), também na Região Centro-Sul de BH.
Desta vez, apenas Zema e o secretário de Estado de Governo, Gustavo Valadares (PMN), falaram formalmente. Ex-deputado estadual, Valadares tem atuado na articulação política do Palácio Tiradentes junto à Assembleia.
“Não estamos colocando faca na Assembleia. A Casa tem seu tempo — e a gente tem que respeitar esse tempo. Mas o governo também precisa ter de ter coragem de colocar suas questões, que são importantes”, falou, ao defender a aprovação da Recuperação Fiscal e, também, o aval à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que elimina a necessidade de referendo popular para autorizar a venda de empresas como a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).