O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, criticou nesta segunda-feira (16) a polarização que ocupou as redes sociais no Brasil em torno da guerra entre Israel e os extremistas do Hamas, há dez dias. “Uma guerra terrível se transformou às vezes, em certos ambientes, em disputa de torcidas em que barreiras éticas essenciais são simplesmente ignoradas”, disse. “Ao ponto de haver um torneio para saber qual tipo de morte de criança é mais hediondo, no qual os lados ou as torcidas contendem para saber se uma criança degolada é mais grave que uma criança queimada, e vice-versa”, completou.
A declaração do ministro aconteceu durante o lançamento do programa De Boa na Rede, no Palácio da Justiça, em Brasília, nesta manhã. A proposta do Governo Federal gira em torno de um guia online para orientar parentes e responsáveis sobre o uso das redes sociais por crianças e adolescentes e coibir crimes cibernéticos. O site indica quais são as ferramentas de controle parental em cada uma das redes — como TikTok, Instagram e YouTube — e presta um serviço às famílias ao indicar quais são os sintomas que caracterizam o vício em telas na infância e na adolescência.
A página virtual contém ainda informações sobre como denúncias podem ser feitas através das próprias plataformas digitais. "É um ambiente no site do ministério, e nós esperamos que haja divulgação. Nesse ambiente, temos orientações concretas para as famílias sobre como proteger as crianças e os adolescentes”, detalhou Flávio Dino à imprensa.
Críticas ao Ministério da Justiça. Durante o evento, o ministro Flávio Dino refutou as críticas da base aliada de que o Ministério da Justiça sob sua gestão não apresenta propostas para a segurança pública. “Respeitamos todas as críticas, mas temos o direito e o dever de prestar esclarecimentos”, afirmou. “Uma dessas vertentes [das críticas] é de que o Ministério, em nove meses, agiu de modo reativo à luz de crises. Para mim, é um mérito pelas crises serem objetivamente postas, não são derivadas de nossa vontade”, acrescentou. “Tenho visto com perplexidade essa ideia de que o Ministério da Justiça agiu em nove meses sob fluxo de crises. Deus seja louvado. Significa que estamos atentos a todas elas”, disse.