A tradição diplomática do Brasil prevê que o país siga a classificação da Organização das Nações Unidas (ONU) para identificar grupos extremistas como terroristas ou não, e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manterá a posição. O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, argumentou em entrevista à GloboNews nesta quarta-feira (11) que o Brasil, atualmente à frente do Conselho de Segurança da ONU, não alterará o status do Hamas para grupo terrorista.
“Nós não podemos alterar [a classificação] em função de uma situação específica. Essa posição histórica do Brasil é fundamental para sermos considerados protagonistas na construção de acordos para resolução de conflitos internacionais”, disse. “Condenamos, desde o primeiro momento, todo ato de violência contra populações civis. O presidente Lula foi muito enfático nesse sentido”, completou.
Pimenta citou o legado brasileiro nas relações internacionais para justificar que o país permaneça com a classificação das Nações Unidas. “A posição do Brasil é histórica. Há uma compreensão de que compete ao Conselho de Segurança definir a classificação. O Brasil historicamente sempre respeitou e acompanhou a posição do Conselho. Nós não mudaremos a compreensão”, pontuou.
Questionado sobre as críticas direcionadas pela oposição ao governo federal pela ausência de uma condenação direta aos ataques violentos do Hamas, o ministro disse que o importante para o Brasil é buscar o cessar-fogo e promover a paz. “A nossa posição não deve estar pautada naquilo que a oposição gostaria que disséssemos. Ontem tivemos uma sessão lamentável na Câmara dos Deputados. É como se o processo eleitoral não acabasse nunca”, declarou.
O Ministério das Relações Exteriores reforçou nesta quarta-feira que a mudança na classificação do Hamas será tratada apenas no âmbito do Conselho de Segurança da ONU.