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Coordenador deixa pré-campanha de Boulos e cobra posicionamento contra o Hamas

Guilherme Boulos repudiou ataques em Israel, mas sem citar o grupo terrorista Hamas

O médico Jean Gorinchteyn já vivia um drama familiar antes de tomar a decisão de deixar o posto de coordenador de saúde da pré-campanha para a prefeitura de São Paulo de Guilherme Boulos (Psol). Ele é judeu e seus filhos acabaram de voltar de Israel.

A motivação, diz Gorinchteyn, foi o deputado federal não condenar os ataques do Hamas a Israel, que tiveram início no sábado (7). Ele coordenava plano da pré-campanha na área da Saúde.

“Diante da postura pró-Palestina que não menciona ou condena o grupo extremista islâmico armado Hamas pelos atentados em Israel, que vitimaram civis e sequestraram mulheres e crianças, adotei a decisão oficial de me retirar”, escreveu em nota.

Gorienchteyn contou à CNN que a base onde seus filhos estavam até pouco tempo no país foi atingida por uma granada e pessoas morreram. Seus filhos também perderam dois amigos que foram mortos no festival de música interrompido pelo ataque do Hamas.

“Já estávamos sensibilizados com toda essa situação. Meus filhos perderam amigos. Nós estamos tratando de terroristas. É a mesma coisa que falar de milicianos”, disse Gorinchteyn à CNN.

Segundo ele, que foi secretário estadual de Saúde do governo Doria, sua decisão não foi motivada apenas por questões familiares, mas principalmente por valores.

“Não estamos contra a Palestina. Mas é fundamental que grupos terroristas sejam nominados nas nossas falas e contestados em qualquer lugar do mundo”, afirmou.

Gorinchteyn disse que conversou sobre o conflito Israel-Palestina com Boulos antes de entrar na campanha, já que o PSOL tem um histórico de apoio à causa palestina.

Ele conta que o pré-candidato estava focado nos problemas de São Paulo e que, por isso, sentiu-se confortável naquele momento em apoiá-lo nas questões técnicas da saúde, mas a situação mudou.

Nas redes sociais, Boulos disse que sua “defesa aos direitos do povo palestino é pública” e que “condena sem meias palavras ataques violentos a civis, como os que mataram nas últimas horas 250 israelenses e 232 palestinos”.

O deputado, no entanto, adotou a mesma linha do presidente Lula e do Itamaraty e evitou citar o Hamas, que assumiu a autoria dos ataques contra Israel e o sequestro de civis.

Para aliados de Boulos, ele “condenou os ataques a civis pelo Hamas e por forças israelenses” e “algumas pessoas estão se deixando levar por fake news de direita”. Procurado, o pré-candidato preferiu não se manifestar.

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