No momento em que setores do PT fazem uma ofensiva em defesa da separação da Segurança Pública do Ministério da Justiça, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ao ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), e ao diretor geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que não pretende modificar a estrutura da pasta.
A conversa foi relatada à CNN por fontes da Justiça e confirmada por interlocutores do presidente.
Desde que o nome Dino ganhou força para ocupar a vaga de Rosa Weber no STF, o PT abriu uma campanha nos bastidores para pressionar Lula a recriar o Ministério da Segurança Pública, área que hoje que historicamente esteve dentro da estrutura da Justiça.
A pressão petista era feita inicialmente feita nos bastidores, mas ganhou contornos de crise quando quadros do partido, como o deputado Jilmar Tatto (SP) e o secretário de Segurança Pública de Diadema, Benedito Mariano, passaram a dar declarações públicas.
O movimento irritou o ministro da Justiça.
A CNN apurou também que o presidente teria dito a aliados que está preocupado com a disputa precoce pela vaga de Dino na Justiça.
O temor de uma guerra fratricida dentro do governo pode levar Lula a adiar para 2024 a decisão sobre a vaga no STF.
Nos gabinetes do Ministério da Justiça, auxiliares de Dino dizem que cresce a possibilidade dele permanecer à frente da Justiça.
O recado de Lula já circulou pelo PT.
“É inoportuno fazer esse debate agora. Cabe apenas ao presidente Lula fazer esse desenho”, disse o advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas e um dos cotados para a Justiça.
Outros petistas disseram em reserva à CNN que foram “enquadrados” por interlocutores do presidente e orientados a parar com a campanha pelo Ministério da Segurança Pública.