No intervalo de apenas um mês, a Câmara Municipal de Belo Horizonte recebeu oito denúncias com pedidos de cassação de vereadores, além de um pedido de afastamento do cargo contra o presidente, Gabriel Azevedo (sem partido). Além dele, os alvos são: Fernanda Altoé (Novo), Marcos Crispim (Podemos), Wesley Moreira (PP), Flávia Borja (PP), Juliano Lopes (Agir) e Wilsinho da Tabu (PP).
Até o momento, a Câmara Municipal arquivou o pedido que poderia levar à perda do mandato da vereadora do partido Novo e o plenário decidiu não prosseguir com a denúncia contra o corregedor da Casa, vereador Marcos Crispim. O restante segue à espera de uma definição.
O último pedido de cassação protocolado na Casa é contra Wilsinho da Tabu, acusado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede) de agredir uma diretora de escola.
O episódio aconteceu no dia 24 de agosto e, de acordo com boletim de ocorrência, uma coordenadora da Escola Municipal de Ensino Infantil (EMEI) do bairro Sagrada Família acusou o vereador de agressão depois de ter proibido que um assessor fizesse imagens de crianças que acompanhavam uma apresentação de um coral.
“Você não sabe com quem está falando, vou acabar com a sua vida”, teria dito o vereador, ainda de acordo com a diretora.
À polícia, o vereador e o fotógrafo que é seu assessor negaram a agressão. Na ocasião, o parlamentar disse à reportagem que ele e seu assessor foram hostilizados e que a diretora e um porteiro da instituição de ensino tentaram agredi-los e retirá-los do local.
“Assim, chamamos a PM e mesmo com a chegada da PM a diretora continuou com atitude agressiva, mantendo se exaltada”, disse naquela data o vereador Wilsinho da Tabu. Até o momento, ele não se manifestou sobre a denúncia que pede a cassação de seu mandato.
De acordo com o diretor do Sind-Rede, Wanderson Rocha, há imagens de câmeras de segurança da escola que comprovam a versão da educadora, mas que não foram disponibilizadas pela prefeitura.
“Há uma preocupação nossa porque tivemos uma informação de que as imagens duram 30 dias e, no próximo domingo, a preocupação é de elas desaparecerem. Tivemos uma resposta no dia 11 de que a prefeitura fez opção de não disponibilizar [as imagens] à entidade sindical”, afirmou.
A secretária-geral da Mesa Diretora, vereadora Marcela Trópia (Novo), explica o andamento da denúncia após o pedido ter sido protocolado.
“O protocolo foi feito na Presidência porque uma denúncia de cassação precisa passar pelas mãos do presidente. Se for aceita, vai ser lida na próxima sessão ordinária, em outubro. O rito, como a gente conhece, ela é colocada em plenário e, tendo 21 votos, são sorteados 3 vereadores para compor a comissão processante”.