Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, se reuniram em Nova Iorque nesta quarta-feira antes do retorno do petista ao Brasil, que cumpriu agenda na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) nos últimos três dias. A reunião presencial entre os líderes é um feito inédito e um desejo antigo do ucraniano que nestes nove meses do governo Lula solicita uma postura mais incisiva do Brasil em relação à guerra com a Ucrânia.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou após o encontro que a prioridade de Lula é construir um acordo pela paz e indicou que o Brasil manteve a posição de neutralidade em relação ao confronto no Leste Europeu. “Houve entendimento mútuo”, afirmou Vieira. “O presidente Zelensky agradeceu que o Brasil continuará a participar do esforço pela paz, não apenas desse [em relação à guerra na Ucrânia], mas de qualquer outro que priorize a negociação e a paz. O Brasil estará presente”, acrescentou.
“No que diz respeito diretamente à Guerra, Zelensky expôs sua posição e a situação. Foi uma troca de informações boa e transparente. Não há desentendimento entre os chefes de Estado. Eles concordaram em manter o diálogo”, concluiu o ministro. Representando Lula, Mauro Vieira disse, por fim, que a declaração polêmica do presidente sobre uma possível ida do russo Vladimir Putin ao Brasil sem risco de prisão não foi abordada.
Vieira declarou ainda que outros assuntos, para além da guerra, surgiram na reunião desta quarta-feira. “Eles [Lula e Zelensky] conversaram sobre assuntos de interesse bilateral, como a reforma da governança global”, afirmou.
Em suas redes sociais, Volodymyr Zelensky avaliou a reunião como positiva para a Ucrânia e disse que os corpos diplomáticos de Brasil e Ucrânia estão orientados a prosseguir com os esforços pela paz.
