O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta segunda-feira (11), que a a União Europeia precisa decidir se quer, ou não, firmar
“Sempre digo que, quando a gente quer encontrar solução para um acordo, a gente não manda emissário. A gente vai pessoalmente. A União Europeia tem as comissões, que negociam. Mas as nossas, quem negociam, na verdade, são os governos. Quero me assentar com o Olaf Scholz (Alemanha), quero me assentar com o (Emmanuel) Macron (da França), para decidir as coisas. É só isso. Quero me assentar e saber o seguinte: onde está pegando esse acordo?”, afirmou.
Os termos do convênio de livre comércio foram fechados em 2019, mas, em abril deste ano, representantes da União Europeia enviaram, aos sul-americanos, uma espécie de aditivo ao acordo. O documento, chamado de side letter, aponta novas condições ambientais para a vigência do tratado.
Embora o chanceler Mauro Vieira tenha citado a viagem dos negociadores europeus ao Brasil, Lula afirmou que os líderes europeus precisam decidir se querem, ou não, oficializar o convênio.
“Temos de fazer uma reunião em que os presidentes estejam presentes para decidir. E dizer (se) quer ou não quer. Já fazem 22 anos que estamos (negociando o acordo)”, reforçou.
Aditivo é ‘inaceitável’ para o Brasil
Antes da entrevista de Lula, Mauro Vieira revelou o teor das conversas entre Lula e representantes europeus durante a cúpula do G20.
“O presidente, em todos esses encontros, reafirmou a posição do Brasil e do Mercosul, sobretudo em relação à side letter apresentada pela União Europeia, que impõe uma série de restrições, sobretudo na área ambiental. O presidente disse a esses dois interlocutores, inclusive a um terceiro, o presidente da França (Macron, que a side letter é inaceitável em termos de imposição de sanções às exportações do grupo, tendo em vista questões ambientais”, pontuou.