A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro disse, neste sábado (2), que Brasília não é “lugar de corrupto”, mas que outros estados “exportam os seus parlamentares” para a capital federal. Michelle participa, neste sábado (2) de um evento do PL Mulher no Distrito Federal. Em um discurso com tom político, ela também criticou o acordo firmado entre Brasil e Argentina para financiar exportações brasileiras para o país vizinho.
“Louvo a Deus pela vida dos meus pais, por ter nascido na capital do Brasil. Não aceito ninguém falar mal de Brasília. ‘Ah, mas Brasília é lugar de corrupto’. Não, querido, os outros estados é que estão exportando os seus parlamentares para a minha capital. A minha capital é abençoada, é o lugar onde vão sair leis que vão abençoar nosso Brasil”, afirmou.
“Quando o justo governa, o povo se alegra. Mas quando o ímpio governa, o povo chora, o povo geme. E nós não podemos aceitar pagar uma conta de 600 milhões. Milhões, né Bia? Da Argentina. 600 milhões? 600 milhões de dólares”, afirmou Michelle sobre o valor do acordo que Brasil fez para financiar exportações de empresas brasileiras à Argentina.
Usando de uma citação bíblica, a ex-primeira-dama chamou o país vizinho de “inimigo”.
“Nunca mais daremos o nosso vinho, nunca mais daremos o nosso trigo para países estrangeiros, para os nossos inimigos. Estão tirando do povo brasileiro, do povo que está trabalhando. Não estão investindo no Brasil, estão tirando da agricultura familiar, do agro e isso só vai aumentar. Nós pagaremos essa conta com ovo mais caro, com arroz mais caro, com a cesta básica mais caro. E muitas pessoas não estão entendendo isso”, disse.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apareceu de surpresa no evento do PL Mulher, disse que é preciso colocar o Brasil no lugar e que a mudança passa pelas mulheres.
“Consideramos o ano passado uma página virada e vamos em frente porque o Brasil mais que depressa tem a necessidade de mudar”, afirmou em seu discurso breve.
Depoimento na PF
O evento do PL Mulher ocorre em Brasília, dois dias depois de Michelle comparecer à sede da Polícia Federal para prestar depoimento sobre o escândalo envolvendo a venda de joias dadas por chefes de Estado estrangeiros à Presidência da República.
Michelle e seu marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro, foram ouvidos de forma simultânea pela Polícia Federal, mas resolveram ficar em silêncio. Em nota publicada em uma rede social, Michelle disse que está “totalmente à disposição” para prestar esclarecimentos, mas que não considera o Supremo Tribunal Federal (STF) o “foro competente”.
“Não posso me submeter a prestar depoimento em local impróprio, como já restou expressamente consignado pela Dra. representante da Procuradoria Geral da República (PGR), o STF não se mostra o órgão jurisdicional correto para cuidar da presente investigação”, disse.