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Votação do Marco Fiscal pode ficar para última semana do mês; reunião de líderes com técnicos da Fazenda será na segunda (21)

Depois de declaração de Haddad sobre “concentração de poder da Câmara”, reunião pra discutir Marco Fiscal foi remarcada

Deputado federal, Claudio Cajado

A votação do Marco Fiscal, projeto prioritário para o Governo Lula, pode ficar para a última semana do mês. Embora não seja líder, o relator do arcabouço, deputado federal Cláudio Cajado (PP-BA), participou do almoço de líderes na Residência Oficial do Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), nesta terça-feira (15). Ele disse que o encontro foi pra definir a pauta de votação da semana que vem, mas que o arcabouço não foi debatido.

“Questão superada”

A reunião de líderes que seria realizada ontem (14) foi cancelada. No almoço desta terça (15), o encontro para discutir o Marco Fiscal foi remarcado para próxima segunda-feira (21). Segundo Cajado, a declaração polêmica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), “foi superada”. O petista afirmou, em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, que a Câmara não pode usar seu excesso de poder para “humilhar” o Senado e o Executivo. Na sequência, Lira desmarcou a reunião de líderes com técnicos da Fazenda. “Não. Essa questão está superada o que acontece foi que existe uma pauta extensa de matérias a serem deliberadas na Câmara e os Líderes acharam conveniente avançar nessas pautas e inclusive com a votação do CNJ, do CNPM”, afirmou Cajado.

Alterações no texto

O relator também adiantou que defenderá o próprio relatório, mas sem travar o debate. “No que depender de mim, eu quero defender meu relatório, mas já disse e repito, não farei mais cavalo de batalha sobre os pontos que eu entendo que devam ser mantidos das alterações feitas no Senado. Despesa é despesa, independente da meritocracia daquela área. Eu acho injusto colocar a ciência e tecnologia fora da base de gastos e não colocar o Bolsa Família ou as despesas com a saúde. Tudo vai ter impacto no resultado primário. Estando ou não na base de gastos”, explicou.

Marco Fiscal

O marco ou arcabouço fiscal é a proposta do Governo Lula para substituir o teto de gastos. O conjunto de regras vai definir como será o controle dos gastos públicos no Brasil. O objetivo do executivo é que a proposta seja votada até a semana que vem para que a previsão de investimentos seja colocada na Lei Orçamentária Anual (LOA), que precisa ser enviada ao legislativo até o dia 31 de agosto, como determina a legislação.

Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.