O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), segue repercutindo a declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), em entrevista a Reinaldo Azevedo publicada nessa segunda-feira (14). Em fala à imprensa nesta terça-feira (15), Lira criticou o ministro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), explicou o porquê do cancelamento da reunião com líderes partidários marcada para acontecer na segunda à noite na e previu que a discussão do arcabouço fiscal irá ao plenário no próximo 22 de agosto.
“Ontem, infelizmente, não houve clima. Alguns líderes não queriam que a reunião acontecesse ontem”, afirmou em referência ao mal-estar provocado pela entrevista de Haddad. A Reinaldo Azevedo, o ministro disse que a Câmara está com ‘muito poder’ sobre o Senado e a própria presidência da República.
A declaração gerou repercussão negativa para o Ministério da Fazenda, e Lira optou por adiar para a tarde desta terça-feira o encontro com os líderes para acertar os pontos polêmicos do arcabouço fiscal antes de levá-lo à votação. “Hoje discutimos muito tranquilamente no colégio de líderes”, declarou o presidente da Câmara. “Nos próximos dias, o relator, técnicos da Fazenda, e os líderes vão discutir a matéria mais polêmica, a questão da modificação do prazo para o cálculo do IPCA”, acrescentou.
A previsão de Lira é que, pacificado o assunto, a matéria do marco fiscal será levado ao plenário para discussão e votação a partir da próxima terça-feira (22). O presidente da Casa argumentou ter até o próximo 31 de agosto para colocar a matéria em pauta; contudo, o governo precisa do arcabouço fiscal aprovado para apresentar o orçamento 2024 até o fim deste mês.
Polêmica com Haddad. Sobre a declaração do ministro Fernando Haddad (PT), Lira, que na segunda-feira (14) publicou uma série de tuítes alfinetando o braço-direito de Lula, tornou a se posicionar sobre o assunto. “Nós [parlamentares] ficamos surpresos. Acho que foi inapropriado. Talvez um relaxamento excessivo do ministro em uma entrevista (…). Não temos interesse em promover nenhum tipo de acirramento de ânimos, mas o posicionamento foi necessário”, declarou.
