A Polícia Federal pediu a quebra dos sigilos fiscal e bancário da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para investigar se o ex-presidente Jair Bolsonaro utilizou contas da esposa para fazer transações de valores de presentes do Estado vendidos ilegalmente. As informações foram divulgadas pela CNN na noite deste sábado (12).
Michelle Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre o pedido, que deve ser apreciado no Supremo pelo ministro Alexandre de Moraes.
Na sexta-feira (11),
É
A avaliação de fontes ligadas à investigação é que há fatos ainda não revelados que envolvem mais diretamente Bolsonaro no caso das joias.
O tema voltou à tona na sexta (11), quando operação da PF mirou assessores de Bolsonaro, incluindo o
Segundo a PF, os suspeitos são investigados por utilizar a estrutura do Estado para desviar bens de alto valor patrimonial que entregues de presente por delegações estrangeiras em missões oficiais, por meio da venda desses itens em países do exterior.
A PF avalia que os valores obtidos com a venda de bens do Estado foram convertidos em dinheiro e depositados nas contas pessoais dos envolvidos.
Cid teria vendido itens no exterior a partir de 13 de junho de 2022. O tenente-coronel teria, inclusive, transportado objetos no mesmo avião presidencial em que Jair Bolsonaro viajou para Orlando (FL) no fim de dezembro passado.
PF suspeita que Bolsonaro determinou esquema para vender presentes oficiais
O relatório da PF que embasou a operação apontou que Jair Bolsonaro “determinou” que as joias do acervo da Presidência da República recebidas de autoridades árabes fossem direcionadas para o seu acervo privado.
Além disso, a investigação indica que o material deveria ser vendido e o dinheiro repassado “em espécie” para o ex-presidente.
No fim da noite de sexta-feira, a PF pediu ao STF a quebra dos sigilos fiscal e bancário do ex-presidente, informaram à CNN autoridades ligadas à investigação.
A avaliação é de que já há situações — ainda não reveladas — que envolvem mais fortemente o ex-presidente no caso.
Fontes informaram à CNN também não haver pressa em ouvir os investigados e que já haveria muita prova contra eles.
Em nota, os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente “jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos”.