A Polícia Federal (PF) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra dos sigilos fiscal e bancário do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após a operação da manhã desta sexta-feira (11) que mirou o general Lourena Cid, pai de seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid, e seu ex-advogado Frederick Wassef. O pedido ainda não chegou à Corte, segundo informou a assessoria nesta noite.
Agentes da PF investigam o desvio de itens de luxo dados à presidência da República em missões oficiais pertencentes ao patrimônio público por funcionários de Bolsonaro. Há indícios da negociação de joias, relógios de luxo e peças de arte no exterior para depósito dos valores nas contas do ex-presidente e de aliados.
CPI das Joias pode se tornar realidade
Aliados do governo na Câmara dos Deputados vão à procura de 63 assinaturas a partir da próxima segunda-feira (14) para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que irá investigar o escândalo das joias, relógios milionários e peças de luxo dados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em missões oficiais por autoridades estrangeiras. A investigação da Polícia Federal (PF) encontrou indícios de que o ex-ajudante de ordens da Presidência da República, tenente-coronel Mauro Cid, tentou negociar os itens em casas de leilões no estrangeiro.
Os parlamentares Túlio Gadêlha (Rede-PE) e Rogério Correia (PT-MG) protocolaram o requerimento para instalação da CPI das Joias há cinco meses, quando em março vazou a história de que o governo Bolsonaro quis burlar a fiscalização da Receita Federal para entrar no país com joias da Arábia Saudita. “Esse pedido de CPI é antigo e foi protocolado por mim e por Túlio Gadêlha desde o primeiro escândalo das joias da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Tentamos instalá-la desde então”, detalhou o deputado Rogério Correia. O requerimento conta até esta sexta-feira (11) com 108 assinaturas — e 171 são necessárias para instalação de uma comissão de inquérito na Casa.
Com a operação da Polícia Federal (PF) mirando o pai de Mauro Cid — o general Lourena Cid — e o advogado de Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, na manhã desta sexta-feira (11) no âmbito da investigação sobre joias negociadas ilegalmente pelo grupo do ex-presidente, a discussão sobre a CPI tornou a ganhar fôlego. “Hoje o escândalo avançou sobre o próprio Bolsonaro com a suspeita de que ele transportou joias no avião presidencial ao sair do Brasil para os Estados Unidos, e o tenente-coronel tentou vendê-las”, afirmou.
Passaportes de Michelle e Bolsonaro na mira
Os passaportes da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) podem acabar retidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ou pela própria Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques e as invasões às sedes dos Três Poderes, em Brasília. Nesta sexta-feira (11), os deputados Rogério Correia (PT-MG) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) protocolaram requerimento à CPMI com cópia para o STF pedindo a retenção dos passaportes do casal Bolsonaro.
As solicitações são feitas no dia da operação da Polícia Federal (PF) contra o general Lourena Cid, pai de Mauro Cid — ex-ajudante de ordens da Presidência da República — e o advogado Frederick Wassef, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Indícios coletados pela investigação mostram que Mauro Cid, com o auxílio do pai, começou a negociar no exterior peças de luxo presenteadas por autoridades estrangeiras ao ex-presidente em missões oficiais nos quatro anos de mandato. Joias da Arábia Saudita, relógios de luxo Rolex e Patek Philippe e peças de arte com valor inestimável compõem o arsenal manejado pelo ex-ajudante de ordens.
Os itens integravam o patrimônio público, e há suspeita de que foram desviadas e negociadas por Mauro Cid para incorporar os valores às contas bancárias de Jair Bolsonaro e de aliados.