O Partido dos Trabalhadores (PT) escolheu Belo Horizonte como palco da primeira rodada de conversas sobre as demandas da população negra que devem pautar as eleições municipais de 2024. O seminário, batizado de “A Cidade que o povo negro quer”, vai acontecer na quinta-feira (3), às 18h30, em um hotel do Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul de BH.
As rodas de conversa são iniciativas da Secretaria Nacional de Combate ao Racismo do PT. O setorial é comandado por Martvs das Chagas, secretário de Planejamento da Prefeitura de Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira. Integrante do gabinete de transição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele deu contribuições ao grupo técnico de Igualdade Racial e chegou a ser cotado para a equipe ministerial.
A etapa de BH do fórum de discussão é organizada, também, pela Secretaria Estadual de Combate ao Racismo do PT, liderada pela deputada estadual Macaé Evaristo.
“Nosso objetivo é analisar avanços e retrocessos nas políticas públicas, especialmente aquelas de promoção da igualdade racial e combate ao racismo”, diz Macaé.
Embora sejam abertos ao público, as rodadas do ciclo de debates que vai começar por BH terão, como público-alvo, pré-candidatos nas eleições de 2024. Líderes e militantes do movimento negro também compõem o público-alvo.
“O que a gente quer é construir propostas fundamentais, importantes, para que a gente caminhe, cada vez mais, para uma BH sem racismo”, completa a deputada estadual.
Segundo Macaé, embora representem cerca de 52% dos belo-horizontinos, os negros, muitas vezes, enfrentam dificuldades de ordem estrutural.
“A questão é que, quando a gente olha as questões de moradia, acesso ao saneamento básico, à infraestrutura e à saúde, é a população mais penalizada na cidade. E isso se repete em vários municípios brasileiros, fruto de um racismo estrutural que é preciso superar por meio de políticas públicas de equidade”, assinala.
PT ainda debate estratégia eleitoral em BH
Como já mostrou a Itatiaia, o PT ainda debate a tática a ser adotada na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Parte da legenda defende uma candidatura própria ao poder Executivo municipal. O deputado federal Rogério Correia é um dos nomes aventados, mas Macaé Evaristo também é bem avaliada internamente. Paralelamente, eventual apoio a Fuad Noman não está descartado.
A reunião de quinta-feira, aliás, deve ter a presença de um quadro mineiro com bastante influência na direção nacional da sigla. Trata-se de Gleide Andrade, secretária de Finanças e Orçamento do PT.
Os petistas terão de decidir seus rumos na eleição municipal do próximo ano em consonância a PCdoB e PV. Isso porque os partidos formam uma federação e, pelas regras da Justiça Eleitoral, precisam caminhar juntos em todos os municípios brasileiros.
Há, ainda, a possibilidade de acordo com outra federação à esquerda, composta por Rede Sustentabilidade e Psol. Entre os dirigentes das duas coalizões, existe desejo por unidade.
