Ouvindo...

Alexandre de Moraes: o que se sabe sobre vídeo do ataque a ministro do STF na Itália

Imagens das agressões alegadas pelo ministro Alexandre de Moraes estão presas na Itália; adido em Roma confirma ataque

Ministro Alexandre de Moraes acusa trio de brasileiros de agressão contra ele e o filho no Aeroporto de Roma

A Polícia Federal (PF) segue à espera da gravação do circuito de segurança do Aeroporto Internacional de Roma, na Itália, que deverá esclarecer o ocorrido entre três brasileiros e a família do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no último dia 14. Ainda que as imagens permaneçam presas na burocracia italiana, adidos da PF no país acessaram o conteúdo e confirmaram o relato de Alexandre de Moraes: um dos suspeitos agrediu fisicamente o filho do ministro, de 27 anos.

Quem são os suspeitos de atacar o ministro Alexandre de Moraes?

O empresário Roberto Mantovani Filho, a esposa Andreia Mantovani e o genro Alex Zanatta Bignotto são os três suspeitos identificados pela Polícia Federal (PF) no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, após o pouso da aeronave que partiu da Itália. Os três são investigados por crimes contra honra e ameaça.

Quem é Roberto Mantovani Filho?

O empresário de 71 anos é morador de Santa Bárbara D’Oeste, município no interior de São Paulo. Ligado à política, Mantovani Filho se candidatou à prefeitura da cidade paulista em 2004 pelo Partido Liberal (PL), mas não ganhou as eleições. Em 2016, migrou para o Partido Social Democrático (PSD) para o qual doou cerca de R$ 34 mil nos últimos três anos — distribuído entre o próprio partido e campanhas que ele apoiou. Após a confusão no Aeroporto de Roma, a sigla decidiu expulsá-lo.

O que dizem os suspeitos de agredir o ministro Alexandre de Moraes?

A Polícia Federal (PF) instaurou um inquérito para investigar as agressões relatadas pelo ministro Alexandre de Moraes. No último dia 18, agentes cumpriram mandados de busca e apreensão nos endereços ligados aos suspeitos no interior de São Paulo. À mesma data, Roberto Mantovani Filho, Andreia Mantovani e Alex Zanatta Bignotto compareceram à sede da PF em Piracicaba, também em São Paulo, onde prestaram depoimentos sobre o ocorrido,

As versões do advogado dos três e da família são contraditórias. À ocasião, o advogado Ralph Tórtima garantiu ter ocorrido um ‘engano interpretativo’ e negou envolvimento da família com os ataques ao ministro Alexandre de Moraes. “Após mais de sete horas de depoimentos, [os suspeitos] deixaram assentado que não visualizaram ou encontraram o ministro Alexandre de Moraes, bem como qualquer familiar seu, na área de embarque do aeroporto de Roma”, escreveu o advogado.

Entretanto, logo em seguida, ele afirma que os suspeitos admitiram que houve uma discussão entre Andréia, um homem e uma mulher — sem que ela soubesse, contudo, se tratar do filho do ministro. Os três também negaram ter xingado Moraes.

Soube-se depois que Roberto Mantovani Filho admitiu à Polícia Federal ter ‘afastado com o braço’ o filho do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele alegou ter se defendido do rapaz e disse não se lembrar se o empurrou ou se desferiu um tapa.

O que aconteceu com Alexandre de Moraes em Roma?

Alexandre de Moraes foi à Itália com a família para ministrar uma palestra no Fórum Internacional de Direito, na Universidade de Siena. Na chegada à sala VIP do aeroporto de Roma às vésperas do retorno ao Brasil, três brasileiros começaram a insultá-lo. A mulher identificada como Andreia Mantovani teria xingado Moraes com os dizeres “bandido”, “comunista” e “comprado”. O marido dela, Roberto Mantovani Filho, também é acusado de participar das agressões verbais — para além, ele é quem teria agredido o filho do ministro. O filho de Andreia, Alex Zanatta Bignotto, igualmente participou do ataque, segundo a Polícia Federal.

Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.