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“Não há nenhuma justificativa para que países em desenvolvimento não possam estabelecer entre si trocar na moeda local. É muito importante para o banco ter condições de captar várias moedas diferentes, não só o dólar, não só o euro, mas também as outras que estão disponíveis”, afirmou a Putin durante encontro nesta manhã de quarta-feira (26) no horário de Brasília. O presidente da Rússia acenou em concordância à petista e alegou que o dólar é usado como ‘instrumento político’.
Guerra na Ucrânia. A Rússia lida desde fevereiro do ano passado com as sanções econômicas internacionais impostas pelos países estrangeiros após a invasão do território da Ucrânia. A situação financeira do país, entretanto, não pautou o encontro bilateral e Dilma Rousseff (PT) indicou às vésperas da reunião com Putin que o banco dos Brics não irá à contramão das restrições decretadas pelos países estrangeiros.
“O NDB reiterou que não está considerando novos projetos na Rússia e opera em conformidade com as restrições aplicáveis nos mercados financeiros e de capitais internacionais. Quaisquer especulações sobre tal assunto são infundadas”, declarou o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês) sobre a visita de Dilma Rousseff à Rússia.
Após o encontro com Putin, Dilma participará de reunião bilateral com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. Na agenda no exterior também estão previstas conversas com líderes de outros países do continente africano. A expectativa é que a ex-presidente do Brasil dialogue sobre a participação do NDB na Cúpula dos Brics, que acontecerá entre 22 e 24 de agosto.
Divergências
A ida de Dilma à Rússia é uma sinalização de diálogo entre países que pertencem ao bloco (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) diante do isolamento econômico de Putin após o início da guerra em fevereiro do ano passado. Sob outro viés, a viagem da petista a afasta da postura de neutralidade adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo próprio governo brasileiro diante do conflito.