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Lula reitera apoio ao Centrão e retruca sobre trocas nos ministérios: ‘quem indica e oferece é o presidente’

Partidos do Centrão têm na mira ministérios do Governo Lula (PT) e trocas no Esportes e no Desenvolvimento Social são dadas como certas por articuladores

Presidente Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é alvo de forte pressão dos partidos de centro à caça de ampliar espaço na alta cúpula da Esplanada dos Ministérios, mas negou nesta terça-feira (25) as intensas negociações para a liberação do Desenvolvimento Social e dos Esportes para André Fufuca (PP-MA) e Silvinho Costa (Republicanos-PE). “Não é o partido que quer vir para o governo que escolhe o ministério. Quem indica e oferece o ministério é o presidente da República. Vamos discutir nos próximos dias. Ainda não conversei com ninguém”, garantiu durante o Conversa com o Presidente — programa semanal do Governo Federal.

Lula insistiu, como em ocasiões anteriores, que as negociações com interlocutores ocorrerão às claras. “Vejo boatos todos os dias: ‘Lula chamou não sei quem’. Não conversei com ninguém. Se alguém disser que conversou com o presidente, é mentira. Quando conversar, terei interesse de que a imprensa saiba. Não existe conversa sigilosa em minha vida política”, declarou.

“Eu não reúno com o Centrão”, afirma Lula

Os partidos unidos no Centrão têm obtido vitórias em meio à relação tensionada com o Governo Federal. Após a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária no início do mês, o presidente Lula (PT) cedeu oficialmente à pressão do União Brasil e entregou o Ministério do Turismo, antes com Daniela Carneiro — a “Daniela do Waguinho” —, para Celso Sabino (União-PA). A parlamentar estava de saída do União Brasil e era avaliada pela bancada do Centrão como uma escolha pessoal de Lula.

Lula negou dialogar com o Centrão enquanto bloco durante entrevista aos canais oficiais nesta terça-feira. Por outro lado, o petista indicou abertura para negociar individualmente com os partidos que ali estão agrupados. “O Lula não conversa com o Centrão. O Lula conversa com partidos políticos. Quero conversar com o PP, com o Republicanos, com o PSD, com o União Brasil”, declarou.

O presidente, aliás, insistiu ser necessário ceder, sim, às demandas do Centrão como moeda de troca para angariar apoio na Câmara dos Deputados e no Senado Feder. “Se esses partidos quiserem apoiar a gente e participar do governo, nós tentamos arrumar um lugar para colocá-los para dar tranquilidade ao governo nas votações que precisamos para aprimorar o funcionamento do Brasil”, indicou.

“Em qualquer lugar do mundo você faz acordos. Eu trato com clareza e simpatia. Eu converso com deputados, com senadores. Eles não são obrigados a concordar com meus projetos de lei. Eles podem propôr mudanças, sabe? Às vezes as mudanças que eles propõem podem melhorar, às vezes piorar. Se piorar, eu veto. Se melhorar, fica. Assim que é o jogo, precisa ser feito à luz do dia”, concluiu.

(Com Guilherme Peixoto)

Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.