O ex-deputado Iran Barbosa (MDB) se lançou como pré-candidato à prefeitura de Belo Horizonte e subiu o tom nas críticas ao prefeito Fuad Noman (PSD). Segundo ele, o atual prefeito da capital mineira se esqueceu do grupo político que o levou ao comando do Executivo municipal.
No final de junho, Iran participou de encontro do MDB em Brasília para tentar viabilizar sua candidatura em 2024. Ao seu lado estavam os estaduais da legenda e o ex-prefeito Alexandre Kalil, seu principal aliado político.
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“Meu grupo político continua inteiro, óbvio que sentimos falta do Fuad. Termos trabalhado e sacrificado tanto para eleger o prefeito e o vice que assume se esquece de todas essas pessoas, de todo esse entorno, é bastante traumático”, disse Iran.
O ex-deputado afirma que o atual prefeito deixou de lado os aliados que o levaram para a chefia da PBH e levou para prefeitura um projeto que foi derrotado nas urnas.
“Quando me uni ao Kalil foi para derrotar um projeto do Marcio Lacerda e do PSDB, hoje, ao olhar para a prefeitura de BH só vemos uma equipe de ex-Lacerda e ex-PSDB. Ou seja, nosso projeto vencedor da eleição foi derrotado”, analisou o emedebista.
Outros nomes do MDB, como o do presidente estadual da sigla, o deputado Newton Cardoso Jr, também são cotados em discussões internas do partido para a disputa da PBH do próximo ano. No entanto, até agora somente Iran demonstrou publicamente a intenção de concorrer em 2024.
Fim da polarização
Ao tentar consolidar seu nome para a disputa do ano que vem, Iran avalia que o cenário polarizado da eleição de 2022 não deve influenciar a eleição na capital mineira.
“Apesar de termos hoje o algoritmo da internet que incentiva a polarização, eu acredito que a maioria das pessoas está cansada deste cenário, desse discurso de ódio, sem argumentos técnicos. As pessoas estão mais raivosas, deprimidas, mais frustradas, eu tenho certeza que ninguém está feliz com isso”, afirmou o pré-candidato.
“Na eleição municipal a ideologia não tem lugar. A prefeitura é lugar de entregar os remédios com prazo, entregar vagas na escola, melhorar o trânsito das pessoas, licenciar de forma rápida os negócios. A prefeitura não tem que ter ideologia”, diz Iran Barbosa.
Críticas ao MDB
O ex-deputado, que não conseguiu se reeleger em 2018 e ficou de fora da disputa no ano passado, critica também as decisões do próprio MDB, que buscou alianças fisiológicas nas últimas eleições e abriu mão de candidaturas próprias.
“Foi isso (alianças políticas fisiológicas) que fez o partido ficar do tamanho que está. Um partido que tinha 7 deputados federais, 11 estaduais, vice-governador, três ministros, ficou deste tamanho porque fazia esse tipo de coisa. Sabe agora que não pode fazer mais”, disse Iran Barbosa.