O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), acredita que os deputados estaduais vão aprovar, ainda nesta semana, o reajuste de 12,84% aos profissionais da educação pública de Minas Gerais.
A avaliação foi feita por ele nesta terça-feira (4), após reunião com parlamentares governistas para alinhar a relação entre o poder Executivo e sua base aliada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
O governo condiciona o aumento aos professores à aprovação, em segundo turno, da adesão de Minas ao Programa de Acompanhamento e Transparência Fiscal (PAF). A equipe econômica do governador Romeu Zema (Novo) diz que, sem o PAF, o estado será obrigado a pagar cerca de R$ 15 bilhões à União.
Na semana passada, os projetos do PAF e do reajuste estavam na pauta de votações do plenário da Assembleia.
Críticos dos termos do programa de Transparência Fiscal, os deputados de oposição a Zema obstruiu a votação do PAF – movimento que, a reboque, barrou a análise dos novos salários do magistério.
Na sede do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), em Belo Horizonte, onde se encontrou com os deputados governistas, Simões disse ter “expectativas” de as duas votações acontecerem nesta semana.
“Acho que também é de interesse da oposição a gente sair desse impasse. Votar o PAF, um projeto sobre transparência fiscal, não é ruim para ninguém. Não votar é ruim, porque a gente perde (cerca de) R$ 16 bilhões”, afirmou.
“A revisão dos professores, retroativa a janeiro, foi proposta por nós. Mas, também, da uma importante garantia aos professores”, completou.
E se a obstrução continuar?
Na semana passada, a oposição pediu a inversão da pauta de votações do plenário. Assim, o reajuste da educação seria analisado antes do PAF. O movimento permitiria que fossem votadas, também, emendas que tentam autorizar o Executivo a estender o aumento a outras categorias, como a segurança pública.
Simões, porém, disse ver “pouco sentido” em separar o reajuste dos docentes do PAF
“Se por algum motivo os trabalhos continuarem obstruídos, nenhum prejuízo aos professores se não o atraso. Nossa proposta é, de qualquer forma, o pagamento da revisão retroativa a janeiro. Assim vamos fazer no momento em que o projeto for aprovado”, assinalou.
Nessa segunda-feira (3), a oposição sinalizou que pretende continuar o movimento da semana passada.
“A nossa expectativa é que seja votado o projeto da educação. Já foi votado em 1º turno e nós temos que dar andamento. A expectativa é essa. Vamos trabalhar para que seja votado nessa semana ou na próxima. A oposição está pronta para votar”, defendeu o líder da Minoria, Doutor Jean Freire, do PT.
Nova reunião pode ditar rumos
Lideranças governistas presentes ao encontro com Simões no BDMG se dirigiram à sede da ALMG para participar, nesta tarde, do encontro do Colégio de Líderes.
Encabeçado pelo presidente do Legislativo, o comitê reúne interlocutores situacionistas e oposicionistas. O grupo deve conversar, justamente, sobre a pauta de votações desta semana.