Os escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais farão uma paralisação na tarde desta quinta-feira (15) em repúdio às condições de trabalho na corporação. Eles também vão se dirigir em massa à cidade de Barbacena, no Campo das Vertentes, onde será realizada a missa de sétimo dia da escrivã Rafaela Drummond, que tirou a própria vida na última sexta-feira (9). Ela tinha 31 anos.
Em mensagens e áudios que circulam nas redes sociais e nos aplicativos de troca de mensagens, a escrivã se queixa que estava sofrendo assédio moral e sexual dentro da Polícia Civil, além de pressão de seus superiores na corporação. Os conteúdos foram divulgados após a morte de Rafaela.
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“De 13h às 19h vamos fazer um ato de silêncio. Estamos convocando os escrivães para fazer esse ato em memória da Rafaela e em repúdio a essas ações criminosas de assédio moral, sexual e coação, tudo isso que a gente passa na polícia”, disse a presidente da Associação dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais (Aespol-MG), Aline Risi.
Minas Gerais atrás apenas de São Paulo
O Anuário da Segurança Pública publicado no ano passado aponta que quatro policiais civis de Minas Gerais se suicidaram em 2020 e outros três em 2021. Nesses dois anos, apenas São Paulo, com 8 casos, registrou mais suicídios que Minas entre os profissionais da categoria.
A reportagem questionou a Secretaria de Justiça e Segurança Pública sobre os dados relativos a 2022, mas a pasta informou que não divulga estatísticas sobre o tema “com o intuito preservar a família das vítimas, garantir o direito à privacidade, evitar alarmismos e análises descontextualizadas sobre casos individuais que possuem motivações multifatoriais”.
O caso foi registrado como suicídio, mas a Polícia Civil informou que instaurou um inquérito “com o objetivo de apurar as circunstâncias que permearam os fatos”.
Na terça-feira, a Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG)