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As opiniões de Nikolas e Gleisi sobre a operação da PF contra Marcos do Val

Senador capixaba é alvo de ação de busca e apreensão em endereços em Brasília e no Espírito Santo; em fevereiro, ele afirmou saber de plano golpista

Marcos do Val está na mira da Polícia Federal

A operação da Polícia Federal (PF) em endereços ligados ao senador Marcos do Val (Podemos-ES), na tarde desta quinta-feira (15), já repercute no Congresso Nacional. Os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) divergiram a respeito da ação de busca e apreensão dos agentes.

Enquanto o aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) crê que pode se tratar de ato de “vingança”, a presidente nacional do PT diz que o senador “confessou o crime” — em menção ao fato de Marcos do Val ter falado, em fevereiro, sobre um suposto plano golpista que envolveria Bolsonaro.

“Multa de 22 milhões no PL, audiência do Bolsonaro pro dia 22 e busca e apreensão no dia do aniversário do Marcos do Val. Justiça ou vingança?”, disse Nikolas, no Twitter. A audiência citada pelo parlamentar está ligada ao julgamento, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de uma ação que pode tornar o ex-presidente inelegível.

Gleisi, por sua vez, chamou o senador do Podemos de “bolsonarista gordofóbico”, por causa de piadas feitas por ele sobre o ministro Flávio Dino (PSB), da Justiça.

“Chegou a hora da verdade pro bolsonarista gordofóbico Marcos do Val! Tentou junto com Bolsonaro e Daniel Silveira armar plano pra grampear e incriminar Alexandre de Moraes, fechar o TSE e dar golpe de Estado. Já até confessou o crime. Criou toda uma trama e acabou enrolado. É suspeito de associação criminosa, falso testemunho, denunciação caluniosa e coação. Com essa, nem da Swat escapa!”, escreveu.

Entenda o caso

A operação da PF foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou, ainda, depoimento do senador às autoridades policiais.

Em fevereiro deste ano, Moraes abriu investigação contra Marcos do Val depois que ele revelou a existência de um suposto plano golpista que teria a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ). A “operação” foi revelada em uma live feita pelo próprio Do Val logo horas depois da eleição para a Presidência do Senado.

Na ocasião, o senador revelou que foi discutido um plano para que ele pudesse grampear Alexandre de Moraes. O objetivo seria conseguir “confissões” do ministro sobre sua atuação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, dessa forma, comprometer o ministro do STF.

O parlamentar, no entanto, deu diversas versões distintas sobre o fato e eximiu qualquer responsabilidade de Bolsonaro no caso.

“Ouvido sobre os fatos, o Senador Marcos do Val apresentou, à Polícia Federal, uma quarta versão dos fatos por ele divulgados, todas entre si antagônicas, de modo que se verifica a pertinência e necessidade de diligências para o seu completo esclarecimento, bem como para a apuração dos crimes de falso testemunho (art. 342 do Código Penal), denunciação caluniosa (art. 339 do Código Penal) e coação no curso do processo (art. 344 do Código Penal)”, dizia a decisão de Moraes que determinou a abertura de investigação sigilosa contra o senador.

Após o início das buscas, as contas de Marcos do Val nas redes sociais foram retidas

Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.