O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) utilizou o Twitter, neste sábado (10), para ironizar o ministro Flávio Dino (PSB), da Justiça. O parlamentar criticou o fato de Dino ter comentado o caso do cantor Roger Waters — que utilizou roupas nazistas em um show de tom crítico ao fascismo —, mas não ter tratado do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que visitou o Brasil no mês passado.
“Dino indicou que Roger Waters pode ser preso se usar roupa nazista no Brasil - que ele usa desde sempre pra encenar contra o nazismo - mas não dá um pio sobre Maduro, um criminoso procurado por narcoterrorismo. Viva o amor”, escreveu.
Mais cedo, Dino citou as punições previstas na lei brasileira para casos de apologia ao nazismo, mas pregou
“No Brasil, é crime, sujeito inclusive à prisão em flagrante, fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa. Essas normas valem para todos que aqui residam ou para cá venham. Friso o que está na norma penal: ‘para fins de divulgação do nazismo’, o que obviamente exige análise caso a caso”, ponderou o ministro.
A manifestação de Dino ocorreu horas após o colunista Lauro Jardim, de O Globo, ter afirmado que Luiz Fux, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), procurou o chefe da pasta de Justiça para tratar do tema. Segundo Jardim, Dino teria dito a Fux que Waters seria preso se vestisse um uniforme com ornamentos nazistas.
Roger Waters no Brasil
Roger Waters vestiu o uniforme nazista durante uma ópera em que faz críticas ao regime liderado por Adolf Hitler. Ele sustenta que utilizou a roupa a fim de criticar o fascismo. No mês passado, a polícia de Berlim, na Alemanha,
Waters estará no Brasil entre o fim de outubro e o início de novembro deste ano. Ele vai passar por Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte.