O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, vão anunciar nesta quinta-feira (25) medidas do governo federal para aumentar o acesso da população aos veículos novos com preços mais baratos.
De acordo com o Palácio do Planalto, o programa para estímulo à indústria de carros tem como objetivo ampliar o acesso a veículos e “alavancar a cadeia produtiva ligada ao setor automotivo brasileiro”.
Atualmente, segundo levantamento feito pela reportagem da Itatiaia, os dois carros mais baratos vendidos no Brasil - o Renault Kwid e o Fiat Mobi - custam entre R$ 66 e 75 mil.
“No Brasil, não tem mais carro popular. Como uma pessoa pobre compra um carro de R$ 70 mil? Se já mudamos as coisas uma vez, por que não podemos mudar de novo?”, disse Lula em discurso no início deste mês.
A intenção de Lula é que os carros de entrada - modelos compactos e motor 1.0, os veículos mais baratos das montadoras -, sejam reduzidos para valores entre R$ 50 mil e R$ 60 mil.
O governo vai anunciar novas linhas de crédito para o setor fabril, reduções tributárias, aumento do índice de nacionalização de bens manufaturados e um programa de financiamento para veículos.
Uma das medida que deve ser anunciada prevê a possibilidade do uso de parte do FGTS, entre 10% e 15%, para a compra de carros zero quilômetros. A medida, no entanto, foi criticada por alguns integrantes do próprio governo e não foi confirmada pelo Ministério da Fazenda.
O governo discutiu também linhas de créditos diferenciadas para o setor fabril e reduções tributárias, além de um programa para facilitar o financiamento de veículos.
Nome incomodou empresas
“Popular é um carro mais barato, mais simples. E o povo não gosta também desse nome ‘popular’, porque quando fala vai comprar um carro popular, uma geladeira popular, um fogão popular, tudo é rebaixar a gente. As pessoas gostam de comprar o que podem, mas aquilo que ele comprou é o melhor. Então por que codificar de popular? Vamos fazer carros a preços mais compatíveis, aumentar as prestações”, afirmou Lula durante reunião no ‘Conselhão’.
A redução nos preços dos automóveis passou a ser considerada pauta importante para o governo federal e as conversas foram encabeçadas pelo vice Geraldo Alckmin, chefe do ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Desde o mês passado, Alckmin se reúne com representantes de montadoras para discutir medidas que possam resultar em um preço mais em conta para os motoristas. “Recebi a diretoria da Renault para debatermos propostas que fortaleçam o setor automotivo. O presidente Lula está empenhado em retomar o vigor da nossa indústria automobilística, que é grande empregadora”, anunciou Alckmin.