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Zema quer pagar salário de R$ 1,4 mil a auxiliares da educação, paralisados nesta quarta (10)

Governo defende reajuste de 12,8% nos vencimentos atuais, mas sindicato reivindica aumento de 14,95; greve não está descartada em futuro próximo

Em regime de paralisação nesta quarta-feira (10) para cobrar recomposição salarial de quase 15% com efeito retroativo a janeiro, auxiliares de serviço da educação básica (ASBs) receberam, do governo de Minas Gerais, a sinalização de que os vencimentos mensais podem aumentar ainda neste ano. Representantes da Secretaria de Estado de Educação (SEE) prometeram enviar à Assembleia Legislativa, em junho, projeto de lei (PL) que fará com que os salários da categoria cheguem a R$ 1.402.

Hoje, os vencimentos básicos dos auxiliares da educação está em R$ 1.242 — valor inferior em R$ 78 ao salário mínimo de R$ 1.320 anunciado em maio. Os profissionais são responsáveis por tarefas como a limpeza das salas de aula e o preparo dos alimentos servidos a estudantes e professores. No fim da tarde desta quarta, eles saíram em passeata da sede da Assembleia Legislativa, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A caminhada deve terminar na região central da cidade.

O novo valor mensal que o governo deseja pagar aos ASBs representaria aumento de 12,8%. O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUTE-MG), por sua vez, defende 14,95%.

Os representantes de classe dos servidores paralisados estabeleceram um mês como prazo para o Palácio Tiradentes enviar, ao Legislativo, um Projeto de Lei (PL) a respeito do aumento nos salários nos quase 15% pedidos pelos profissionais.

“Se o governo demorar e não acelerar isso, vamos convocar uma assembleia das ASBs e propor uma greve em tempo indeterminado do setor. A bola está com o governo”, disse, à Itatiaia, a coordenadora-geral do SindUTE/MG, Denise Romano Neto.

A ideia de conceder o aumento que vai fazer os salários chegarem perto de R$ 1,4 mil foi externada pelo governo na manhã desta quarta-feira. O número foi mencionado por Fernando Antônio Pinheiro Júnior, assessor-chefe de Relações Institucionais da Secretaria de Educação. Ele representou o governo estadual em audiência pública pedida por deputados estaduais para acolher as reivindicações dos ASBs.

“A gente conta com esta Casa para a aprovação, o mais célere possível, desse projeto de lei, de forma a cumprir o piso salarial proporcional para a carreira de magistério”, pediu.

Sindicato diz que adesão é superior a 80%

Cerca de 35 mil trabalhadores atuam como ASBs nas escolas estaduais de Minas Gerais. Segundo o SindUTE/MG, a adesão à paralisação foi superior a 80%. Durante a audiência na Assembleia Legislativa, parlamentares de oposição a Romeu Zema fizeram coro ao pleito por recomposição, em 15%, das perdas inflacionárias

“O reajuste é retroativo a janeiro. Este ano, o governo já atuou duas vezes no valor do salário mínimo. E o governo Zema cuidou, primeiro, de seu próprio salário e do salário dos secretários. Foi um recado ruim à sociedade”, criticou a presidente da Comissão de Educação da Assembleia, Beatriz Cerqueira (PT), em menção à lei que reajustou os salários do primeiro escalão do Palácio Tiradentes.

A Secretaria de Educação foi procurada pela Itatiaia para comentar a paralisação. Em nota, a pasta informou que tem monitorado a adesão dos profissionais ao movimento.

“O governo de Minas reitera que tem mantido um diálogo franco e aberto com representantes sindicais e que os canais de comunicação continuarão abertos para que as demandas da categoria possam ser apresentadas e debatidas”, lê-se em trecho do comunicado.

Governo e representantes de classe divergem, também, sobre o tamanho do reajuste aos professores da rede estadual. O Executivo sinalizou que pretende submeter, aos deputados estaduais, proposta para conceder recomposição de 12,8%. Assim como no caso dos ASBs, o SindUTE trabalha por 14,95% de reposição das perdas.

Repórter de política na Rádio Itatiaia. Começou no rádio comunitário aos 14 anos. Graduou-se em jornalismo pela PUC Minas. No rádio, teve passagens pela Alvorada FM, BandNews FM e CBN, no Grupo Globo. No Grupo Bandeirantes, ocupou vários cargos até chegar às funções de âncora e coordenador de redação na BandNews FM BH. Na televisão, participava diariamente da TV Band Minas e do BandNews TV. Vencedor de 8 prêmios de jornalismo. Já foi eleito pelo Portal dos Jornalistas um dos 50 profissionais mais premiados do Brasil.
Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.
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