O tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, alvo de operação da Polícia Federal desencadeada nesta quarta-feira (3), tem ligação próxima com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que antecede o período no qual foi ex-ajudante de ordens no governo passado.
‘Coronel Cid’, como é conhecido, é filho do general Mauro Cesar Lourena Cid, colega de Bolsonaro no curso de formação de oficiais do Exército. As famílias ficaram próximas desde essa época. ‘Coronel Cid’ foi preso pela PF na manhã desta quarta-feira (3) suspeito de participar de um esquema para inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e outras pessoas também são investigadas.
Formado na turma de 2000 da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), Mauro Cid foi promovido de major a tenente-coronel na gestão Bolsonaro. Ele era instrutor da Aman e se preparava para assumir um posto nos Estados Unidos quando foi chamado para integrar a equipe de Bolsonaro. O objetivo inicial era seguir os passos do pai, mas tudo mudou após ele ingressar na política.
Proximidade
Conselheiro-geral de Bolsonaro, Mauro Cid era tão próximo do ex-presidente que causou ciúmes entre integrantes do Palácio do Planalto. Ele também era criticado por interferir em questões jurídicas e por aconselhar Bolsonaro sobre economia, meio ambiente e saúde, quando o ex-presidente tinha dúvida.
‘Coronel Cid’ também fazia traduções de artigos de interesse de Bolsonaro. Ele é fluente em inglês, espanhol e tem conhecimento em francês e alemão. Por isso, selecionava reportagens internacionais e também recebia mensagens com pedidos urgentes via WhatsApp. Além disso, ele selecionava e repassava ao presidente denúncias que considerava importante.
Joias
Mauro Cid também tem o nome ligado ao caso envolvendo as joias doadas pela Arábia Saudita ao Brasil que foram apreendidas pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Foi ele quem pediu um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e diárias, com ‘urgência’, para a ida do sargento Jairo Moreira da Silva a São Paulo três dias antes do fim do mandato de Bolsonaro, na tentativa de liberar as joias, avaliadas em R$ 16,5 milhões.
Com eleição de Lula, Mauro Cid perdeu a vaga e foi deslocado para um cargo burocrático no Comando de Operações Terrestres (Coter), em Brasília