Um abaixo-assinado online, que circula em grupos de Whatsapp de ambientalistas, reuniu até esta quinta-feira (9) 65 mil assinaturas para que um deputado ou deputada comprometido com a pauta socioambiental seja eleito presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.
A petição ganhou força depois que o nome do ex-ministro do Meio Ambiente durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), Ricardo Salles (PL-SP), começou a circular em Brasília como uma das possibilidades para assumir o colegiado. Quem também se colocou na disputa é a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG), que tem atuação ligada à preservação da Serra do Curral.
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“Nos últimos anos, esse colegiado foi presidido por parlamentares da base do governo Bolsonaro e isso afetou consideravelmente a qualidade e o funcionamento da comissão, levando à aprovação de graves retrocessos ambientais, o famoso ‘passar a boiada’”, diz trecho da petição eletrônica.
A expressão “passar a boiada” foi citada pelo ex-ministro Ricardo Salles em uma reunião ministerial em 22 de abril de 2020, quando ele se referia à flexibilização de regras ambientais.
“Então pra isso precisa ter um esforço nosso aqui enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de covid, e ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas. De IPHAN, de ministério da Agricultura, de ministério de Meio Ambiente, de ministério disso, de ministério daquilo. Agora é hora de unir esforços pra dar de baciada a simplificação de regulatório que nós precisamos, em todos os aspectos”, afirmou o ministro na ocasião.
Em discurso na Câmara dos Deputados, após mobilização da esquerda para que ele não fosse eleito presidente da Comissão de Meio Ambiente, Salles disse que este não era um plano inicial, mas que poderá ser um “contraponto” ao governo Lula no órgão colegiado.
“Quero agradecer à menção honrosa que muitos membros da esquerda tiveram nas últimas 48 horas acerca da possibilidade da indicação do meu nome para a comissão de Meio Ambiente. Como eu já disse algumas vezes à imprensa, não era o planejamento desejado, mas se assim for a vontade da esquerda, boviamente, eu posso aceitar presidir a Comissão de Meio Ambiente para fazer um contraponto a visões equivocadas que não consideram a prosperidade econômica e o desenvolvimento como condição essencial à preservação ambiental”, afirmou.
