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Zema: ‘Vamos dividir a vida do Partido Novo em pré-2022 e pós-2022'

Governador falou sobre relação com governo Lula e próximos passos do Novo na política

O governador Romeu Zema afirmou que a eleição de 2022 foi um divisor de águas para o Partido Novo. Ao analisar os resultados ruins da sigla na eleição para o Congresso, Zema avaliou que o Novo sofreu com a polarização política no ano passado, mas já avançou em mudanças internas com objetivo de recuperar espaço nas próximas eleições.

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Em entrevista na tarde desta quarta-feira (8) para a Jovem Pan, Zema disse que o partido está recebendo novos quadros, como prefeitos e vereadores em Minas, e também o senador Eduardo Girão, que se filiou ao Novo nesta semana.

“No ano passado a eleição foi atípica, tivemos grandes puxadores de votos na extrema direita e na extrema esquerda, o Novo perdeu espaço. Mas nós vamos dividir a vida do Partido Novo em pré-2022 e pós-2022. O presidente Eduardo Ribeiro está fazendo grandes alterações para melhor. Nós tínhamos um processo seletivo que brincávamos que era processo para ser engenheiro da Nasa”, afirmou o governador.

Zema chegou a ser convidado pelo PL para se filiar ao partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas indicou que pretende continuar no Novo e reforçar o partido para as próximas eleições.

“Temos notícias boas, em Minas, alguns prefeitos e vereadores já mudaram para o Novo. O senador Girão também se filiou. Então o partido vai ter uma fase nova a partir de agora. É um partido recente, sua primeira eleição foi em 2016, um partido que não tinha políticos, errou mais”, disse Zema.

Fundador do Novo

O governador avaliou que o empresário João Amoêdo, um dos fundadores do Partido Novo, errou na eleição do ano passado ao apoiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Amoêdo tem o mérito de ter constituído o partido mais liberal do país, mas teve erros na condução que prejudicaram o partido. Se pegar os fundamentos do Partido Novo, quem teríamos que apoiar: Bolsonaro ou Lula? Claro que teríamos que apoiar Bolsonaro”, afirmou Zema.

Em outubro do ano passado, o Novo anunciou a suspensão da filiação de João Amoêdo após análise da Comissão de Ética Partidária da legenda.

BNDES

Segundo ele, o estado busca uma relação de diálogo com o governo federal, mas tem divergências em várias propostas e ideias de governo. Zema citou como exemplo o uso do BNDES para financiar obras em outros países.

“O BNDES é um banco nacional e não internacional. Eu julgo que ele teria que priorizar projetos no Brasil. Em Minas, temos muitas estradas para serem construídas, muita infraestrutura para ser melhorada. Precisamos de recursos para fazer investimentos”, disse.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.
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