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‘Repudia atos golpistas’, diz advogado de Ibaneis após operação em sua casa

Três endereços ligados ao governador afastado do Distrito Federal foram alvos de busca e operação nesta sexta (20)

Ibaneis Rocha foi afastado do cargo por decisão do STF após atos golpistas no dia 8 de janeiro

O advogado de defesa do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), Alberto Toron disse que a operação de busca e apreensão realizada em três endereços ligados ao político só favorecerá sua situação frente à Justiça. Ele concedeu entrevista à CNN Brasil nesta sexta-feira (20).

Ibaneis é alvo de uma operação feita pela Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República no âmbito de um inquérito em que ele é investigado por omissão no combate aos atos violentos realizados em Brasília, no dia 8 de janeiro. Além dele, o ex-número 2 da secretaria de segurança pública do DF, Fernando de Souza Oliveira, também é alvo da operação

Segundo Toron, a posição de Ibaneis Rocha é muito clara no episódio e que ele nunca foi conivente com os atos golpistas que se deram na ocasião.

“A posição dele é muito clara nesse episódio. Ele pediu para prestar depoimento há mais de uma semana e externou sua repulsa aos atos antidemocráticos e golpistas. Ele também foi um dos primeiros a reconhecer a vitória do presidente Lula e colaborar com o governo de transição. Ele não tem qualquer conivência com esse golpismo que queriam perpetrar no dia 8", afirmou.

Ibaneis Rocha foi afastado do cargo, por decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, horas depois das cenas de destruição na praça dos Três Poderes. A ordem foi referendada pela maioria dos ministros do Supremo dias depois. Celina Leão (PP), vice de Ibaneis, assumiu o cargo interinamente por prazo de 90 dias.

De acordo com o STF, houve descaso e conivência por parte do Governo do Distrito Federal com a organização das manifestações.

O governador afastado do Distrito Federal prestou depoimento na semana passada, a pedido da própria defesa, com a intenção de esclarecer os fatos.

Toron disse, ainda, que durante o depoimento, Ibaneis alegou que houve “sabotagem” contra ele e que ele não tinha informações “que davam a entender que haveria o vandalismo e que quando ele tomou conhecimento tomou as providências que estavam ao seu alcance”.

“Se acompanharmos a evolução das investigações, vamos verificar que vimos policiais que se confraternizavam com os vândalos, que não deram combate e que, no início, havia um pequeno efetivo”, afirmou.

“Neste cenário, tem uma mão invisível que coordenou esse vandalismo e que passa ao largo do governador. Ele não era conivente e não se omitiu”, completou.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.