Vinte e quatro horas depois do início do quebra-quebra nas sedes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário federal, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB) informou que as responsabilidade penais relacionadas ao episódio irão além das pessoas que estavam, de fato, na praça dos Três Poderes neste domingo (8).
Dino reafirmou, em entrevista coletiva, na tarde desta segunda-feira (9), que a Polícia Federal irá solicitar à Justiça o cumprimento de mandados de prisão temporária e preventiva de organizadores e financiadores dos ataques.
De acordo com ele, houve uma série de crimes praticados nos episódios de ontem durante as invasões dos prédios do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto, como: crime de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, crime de dano qualificado, associação criminosa e lesões corporais - inclusive contra profissionais da imprensa.
Para justificar a procura pelos financiadores dos atos golpistas, Dino afirmou que o artigo 29 do Código Penal prevê que suspeitos possam ser identificados como coautor e partícipes dos crimes.
O ministro disse, ainda, que o objetivo dos ataques em Brasília não foram cumpridos.
“Esses eventos não obtiveram êxito em si mesmos e no seu intento, que era gerar efeito-dominó. A expectativa, aparentemente, de que alguns acreditavam que a partir dos eventos como a subida da rampa do Congresso, do Supremo e do Planalto, fosse criado um quadro de anomia e situação propiciadora de novas aventuras”, afirmou Dino ao dizer que esse quadro foi vencido e que o pior passou.
1.500 presos
O Ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) afirmou que cerca de 1.500 pessoas foram detidas pelas forças de segurança do Distrito Federal e serão investigadas pela participação nas invasões e depredações das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Veja mais: Presidentes dos Três Poderes divulgam nota conjunta e pedem paz e respeito à democracia
“Ontem tivemos 209 prisões em flagrante, esse número sempre é atualizado a luz das circunstâncias. Neste momento estão sendo ouvidas cerca de 1.200 pessoas, totalizando algo em torno de 1.500 prisões”, disse Flávio Dino.