Está marcada para esta quinta-feira (22), às 14 horas, na Bolsa de Valores de São Paulo, o leilão do metrô de Belo Horizonte. A empresa que vencer o certame ficará responsável pela gestão do metrô da capital mineira pelos próximos 30 anos e terá que fazer as obras de ampliação da Linha 1 e a tão aguardada construção da Linha 2, que vai até a região do Barreiro.
Encerrado o leilão do metrô, a empresa que assumir a concessão terá um prazo de 30 dias para apresentar as documentações e mais 45 dias para assinar o contrato, como explica o secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Fernando Marcato:
“Você tem um mês para avaliar a documentação da empresa, avaliar se ela cumpre todos os requisitos, depois temos mais um mês e meio para assinar o contrato. Assinado o contrato, miramos em fevereiro ou início de março, a empresa já começa a trabalhar. Até meados do ano que vem já começamos a ver melhorias na linha 1 e as preparações para investimentos na linha 2”, diz o secretário.
Todos esses investimentos serão realizados até o sexto ano da concessão, ou seja, em 2028. Os benefícios da Linha 1 já serão percebidos a partir do 2º ano da concessão.
Prejuízos aos cofres públicos
De acordo com dados obtidos pela reportagem da Itatiaia junto à Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), entre 2017 e outubro deste ano, o governo federal desembolsou mais de R$ 1,1 bilhão para manter a operação do metrô de Belo Horizonte.
Nos últimos seis anos o metrô de BH custou aos cofres públicos: R$ 1.136.611.520,00
Os prejuízos com a operação da linha na capital mineira variaram de R$ 167 milhões em 2021 a R$ 243 milhões. Os dados somam os custos com a folha de pagamento dos 1.470 funcionários da companhia em Minas e os gastos com operação, reduzidos as receitas recebidas com as passagens.
Confirma abaixo os custos da operação do metrô de BH ano a ano:
2017 - 180.784.515
2018 - 243.482.316
2019 - 196.844.754
2020 - 243.083.113
2021 - 167.769.342
2022* - 104.647.480
*Até outubro
Disputa na Justiça
Nos últimos meses, a concessão do metrô de BH se tornou um cabo de guerra entre o governo Romeu Zema (Novo) e a bancada do PT, que fez várias críticas ao projeto.
Nesta semana, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) chegou a enviar um pedido formal para que o governo federal adiasse a concessão.
Por meio das suas redes sociais, Zema comemorou o acordo com a equipe de Lula: “O leilão pra expansão do Metrô de BH será nessa quinta, dia 22. Confirmei com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, que o Governo Federal vai seguir com o projeto que os mineiros esperam há mais de 20 anos”.