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Concessão do metrô de BH: veja os próximos passos após o leilão desta quinta (22)

Leilão marcado para a tarde desta quinta-feira (22) pode destravar obra que é aguardada há 20 anos pela capital mineira

Concessão do metrô de BH é considerada solução do governo de Minas para destravar investimentos em mobilidade na capital

Está marcada para esta quinta-feira (22), às 14 horas, na Bolsa de Valores de São Paulo, o leilão do metrô de Belo Horizonte. A empresa que vencer o certame ficará responsável pela gestão do metrô da capital mineira pelos próximos 30 anos e terá que fazer as obras de ampliação da Linha 1 e a tão aguardada construção da Linha 2, que vai até a região do Barreiro.

Encerrado o leilão do metrô, a empresa que assumir a concessão terá um prazo de 30 dias para apresentar as documentações e mais 45 dias para assinar o contrato, como explica o secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Fernando Marcato:

“Você tem um mês para avaliar a documentação da empresa, avaliar se ela cumpre todos os requisitos, depois temos mais um mês e meio para assinar o contrato. Assinado o contrato, miramos em fevereiro ou início de março, a empresa já começa a trabalhar. Até meados do ano que vem já começamos a ver melhorias na linha 1 e as preparações para investimentos na linha 2”, diz o secretário.

A empresa que vencer o leilão será responsável pelas obras de ampliação da Linha 1, até o bairro Novo Eldorado, em Contagem, e pela modernização das 19 estações existentes. Será responsável ainda pela construção da Linha 2, que conectará a Linha 1 até o Barreiro, numa extensão de 10 km, com 7 novas estações. Serão adquiridos 24 novos trens.

Todos esses investimentos serão realizados até o sexto ano da concessão, ou seja, em 2028. Os benefícios da Linha 1 já serão percebidos a partir do 2º ano da concessão.

Prejuízos aos cofres públicos

De acordo com dados obtidos pela reportagem da Itatiaia junto à Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), entre 2017 e outubro deste ano, o governo federal desembolsou mais de R$ 1,1 bilhão para manter a operação do metrô de Belo Horizonte.

Nos últimos seis anos o metrô de BH custou aos cofres públicos: R$ 1.136.611.520,00

Os prejuízos com a operação da linha na capital mineira variaram de R$ 167 milhões em 2021 a R$ 243 milhões. Os dados somam os custos com a folha de pagamento dos 1.470 funcionários da companhia em Minas e os gastos com operação, reduzidos as receitas recebidas com as passagens.

Confirma abaixo os custos da operação do metrô de BH ano a ano:
  • 2017 - 180.784.515

  • 2018 - 243.482.316

  • 2019 - 196.844.754

  • 2020 - 243.083.113

  • 2021 - 167.769.342

  • 2022* - 104.647.480

*Até outubro

Disputa na Justiça

Nos últimos meses, a concessão do metrô de BH se tornou um cabo de guerra entre o governo Romeu Zema (Novo) e a bancada do PT, que fez várias críticas ao projeto.

Deputados petistas entraram com uma ação na Justiça Federal pedindo a suspensão do leilão, alegando que o projeto deixaria uma obrigação de despesa para o governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ação, no entanto, não foi considerada pela Justiça, que manteve o leilão marcado para esta quinta-feira.

Nesta semana, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) chegou a enviar um pedido formal para que o governo federal adiasse a concessão. O governador Romeu Zema entrou em contato com Alckmin para discutir o projeto e o vice-presidente eleito voltou atrás, declarando apoio da equipe de transição de Lula à concessão do metrô.

Por meio das suas redes sociais, Zema comemorou o acordo com a equipe de Lula: “O leilão pra expansão do Metrô de BH será nessa quinta, dia 22. Confirmei com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, que o Governo Federal vai seguir com o projeto que os mineiros esperam há mais de 20 anos”.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.