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Meu pet foi picado por um animal peçonhento, e agora?

Saber como agir pode fazer toda a diferença entre a recuperação e o agravamento do quadro

Acidentes são mais comuns para cães e gatos que vivem em áreas rurais ou frequentam quintais e jardins

Acidentes com animais peçonhentos, como cobras, aranhas e escorpiões, são mais comuns do que se imagina, especialmente para cães e gatos que vivem em áreas rurais ou frequentam quintais e jardins.

Saber como agir nessas situações pode fazer toda a diferença entre a recuperação e o agravamento do quadro.

Nem sempre o tutor presencia o momento do acidente, mas alguns sinais podem indicar que o pet foi picado:

  • Inchaço repentino,
  • dor intensa,
  • alterações na respiração,
  • sangramento
  • mudanças no comportamento, como apatia ou agressividade,

Todos esses sinais devem acender o alerta.

Ao notar qualquer suspeita de picada, mantenha a calma e procure atendimento veterinário imediatamente.

Segundo o Instituto Butantan, “não se deve aplicar torniquete, gelo ou qualquer substância no local da picada, nem tentar sugar ou cortar a área afetada. Essas práticas são contraindicadas e podem agravar a situação.”

O ideal é levar o pet o quanto antes ao veterinário, preferencialmente com informações sobre o animal que causou o acidente, se possível.

O que não fazer (e o que fazer) em caso de acidente

A rapidez no socorro é fundamental, mas tão importante quanto agir rápido é saber o que evitar. Algumas práticas comuns são, na verdade, perigosas. O Instituto Butantan alerta:

  • Não tente sugar o veneno da ferida;
  • Não aplique álcool ou gelo no local da picada;
  • Não amarre ou use torniquete;
  • Não ofereça medicamentos por conta própria;
  • Leve o animal imediatamente ao veterinário com o máximo de informações possível;
  • Se possível, fotografe o animal que causou o acidente, mantendo a segurança;
  • Evite que o animal faça esforço físico até o atendimento.
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O que fazer enquanto se dirige ao veterinário

No caminho para o veterinário, existem algumas medidas que podem ser tomadas para minimizar os riscos.

O primeiro passo é garantir que o pet esteja o mais tranquilo possível. Se o animal estiver em pânico, a aceleração do batimento cardíaco pode espalhar o veneno mais rapidamente pelo corpo, segundo o Butantan.

Caso o pet seja um cachorro, mantenha-o em movimento leve e controlado, sem forçar exercícios. Se possível, mantenha-o com a cabeça mais baixa do que o resto do corpo, para evitar que o veneno circule rapidamente para órgãos vitais.

Se a picada ocorreu na pata ou na cauda do animal, tente manter a área afetada o mais imóvel possível, sem pressioná-la, para não promover maior absorção do veneno.

Em animais de pequeno porte, como gatos, pode ser necessário fazer com que eles permaneçam em um transportador ou caixa de transporte, para reduzir os movimentos bruscos.

O objetivo principal é evitar a agitação e garantir que o animal chegue ao local de atendimento o mais calmo possível.

Como prevenir acidentes com peçonhentos

  • Manter o ambiente limpo, sem entulhos ou mato alto, reduz bastante as chances de acidentes.
  • “É importante vedar ralos, vãos e frestas, além de manter terrenos e quintais livres de lixo, folhas secas ou entulhos”, orienta o Instituto Butantan.
  • Evite passeios noturnos em locais de mata fechada e sempre inspecione quintais antes de soltar os animais.
  • Para gatos que costumam sair, considere reduzir o acesso às ruas e áreas de risco.
Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.