Pouca gente pensa nisso, mas a obesidade em pássaros domésticos é uma realidade que quase não se nota. A Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária de Pequenos Animais (SBVPA) alerta que o acúmulo de gordura pode passar despercebido sob a plumagem, mas os sinais estão ali, como no abdômen volumoso, respiração ofegante, apatia e cansaço ao voar ou se movimentar.
Entre as causas mais comuns estão a dieta desequilibrada, com excesso de sementes oleaginosas e petiscos humanos; falta de estímulo físico, por gaiolas pequenas ou ambiente sem brinquedos; predisposição genética; e problemas hormonais ou metabólicos.
Para lidar com o problema, especialistas do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP) reforçam que “a dieta adequada, combinada com exercícios diários e enriquecimento ambiental, é essencial para reduzir o risco de obesidade e doenças associadas”.
A Itatiaia listou alguns cuidados práticos para prevenir e tratar a obesidade em aves:
- Ajustar a alimentação gradualmente, substituir sementes oleaginosas por ração balanceada específica para a espécie, combinar com frutas e vegetais seguros, evitar alimentos humanos como pão e biscoitos;
- Oferecer oportunidades de voo supervisionado e criar um ambiente enriquecido com poleiros de diferentes alturas, brinquedos interativos e mudanças periódicas na disposição da gaiola para estimular a atividade física e mental;
- Consultar regularmente um veterinário especializado em aves, para avaliar peso, metabolismo e saúde geral, identificando precocemente distúrbios hormonais ou metabólicos;
- Monitorar sinais de alerta, como cansaço excessivo, alteração na plumagem, aumento de volume abdominal ou dificuldade respiratória, e agir imediatamente diante de qualquer alteração;
- Promover check-ups periódicos e vacinação em dia, para garantir que a ave mantenha boa imunidade e saúde geral;
- Controlar a oferta de petiscos e guloseimas calóricas, evitar reforço por hábito ou recompensa que induza ganho de peso desnecessário.
A obesidade pode gerar lipidose hepática, problemas cardíacos e respiratórios, disfunções reprodutivas e fragilidade muscular. Por isso, a prevenção desde cedo é mais eficaz, assim como oferecer alimentação adequada, promover atividade física diária, enriquecer o ambiente e manter acompanhamento veterinário regular.
