Dar petiscos ao gato é uma ótima maneira de reforçar comportamentos positivos, estimular a caça e até facilitar a administração de medicamentos. Mas esse tipo de agrado precisa de limite e moderação por parte dos tutores, principalmente os que se aventuram a adestrar o felino.
Segundo a veterinária Claudia Faria, da Petz, “o excesso de petiscos pode levar ao ganho de peso, obesidade e problemas digestivos, prejudicando a saúde do gato”.
Ela e outros especialistas recomendam que os petiscos não ultrapassem 10% das calorias diárias do felino. Por exemplo, um gato adulto que precisa de cerca de 200 calorias por dia pode consumir até 20 calorias vindas de petiscos.
Para calcular a quantidade ideal, o tutor deve conhecer as necessidades calóricas do seu gato, que variam conforme peso, idade e nível de atividade.
A partir desse valor, deve-se calcular 10% e conferir quantas calorias cada petisco contém. Se um petisco tem duas calorias, tutores podem oferecer até 10 unidades por dia. Esse cuidado, de acordo com Faria, ajuda a prevenir sobrepeso, obesidade e problemas de saúde relacionados à alimentação inadequada.
“É importante manter a dieta principal do gato equilibrada e não substituir a ração pelos petiscos”, alerta a veterinária. Petiscos podem ser usados como recompensa ou incentivo, mas não podem comprometer a alimentação balanceada do felino.
Além da quantidade, a escolha do petisco é fundamental. Os tutores devem sempre preferir produtos formulados especificamente para gatos e evitar dar a eles alimentos humanos tóxicos para animais, como chocolate, cebola e alho.
Observar o comportamento do gato durante e após o consumo dos petiscos é outro cuidado básico. Sinais de desconforto, rejeição ou alterações de apetite indicam que é hora de rever a dieta e, se necessário, buscar orientação de um médico veterinário.
O momento do petisco também pode ser uma oportunidade de estreitar o vínculo entre tutor e felino, tornando a rotina mais agradável e fortalecendo a relação de confiança.
Petiscos como enriquecimento ambiental
E não só de fornecimento de nutrientes vive o petisco. Eles podem ter um papel positivo no bem-estar felino quando associados ao enriquecimento ambiental. Guias como o da East Bay SPCA recomendam usá-los em brinquedos interativos ou quebra-cabeças alimentares, para estimular o instinto de caça e tornar a rotina mais interessante.
Estudos recentes também mostram que estímulos olfativos aliados a recompensas alimentares aumentam o engajamento e reduzem o estresse dos gatos, e isso transforma o momento do agrado em uma experiência mentalmente saudável.