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‘Tá calor, bora levar os pets para a água?’ sim, mas com atenção aos riscos coletivos

Levar animais a praias e cachoeiras exige atenção às regras e cuidados de saúde; saiba mais

O tutor é responsável pela saúde e pela segurança do animal, e isso inclui adotar práticas de prevenção de doenças e respeitar o espaço coletivo

Cada vez mais cidades flexibilizam o acesso de cães à orla de praias e cachoeiras, mas especialistas alertam que é preciso respeitar legislações municipais, prevenir riscos sanitários e garantir o bem-estar dos pets sob o sol e na areia.

No Brasil, a permissão para que cães circulem nesses espaços varia conforme a legislação local. Enquanto alguns municípios mantêm a proibição expressa, outros já regulamentaram o acesso com regras específicas.

Elas não são apenas uma questão de convivência social, mas também de saúde pública. O Ministério da Saúde alerta que o solo contaminado por fezes de cães pode transmitir o bicho-geográfico, uma zoonose que provoca coceira intensa e lesões na pele.

“A presença de animais em locais de banho deve ser acompanhada de responsabilidade dos tutores, porque o risco de transmissão existe quando as fezes não são recolhidas”, reforça a pasta em nota.

Além da questão sanitária, há também o impacto ambiental, pois esse tipo de resíduo contribui para a degradação da areia e da água, e afetando tanto banhistas quanto a fauna local, quando é o caso.

Mesmo onde a presença de cães é livre, os tutores devem adotar uma série de medidas para proteger os animais e evitar conflitos. O tutor é responsável pela saúde e pela segurança do animal, e isso inclui adotar práticas de prevenção de doenças e respeitar o espaço coletivo.

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Entre os principais cuidados recomendados, a Itatiaia destacou alguns:

  • Manter o animal sempre com guia e coleira, para evitar fugas ou contato indesejado com outros banhistas, além de cumprir normas que exigem o uso de focinheira em raças específicas;
  • Recolher imediatamente as fezes, utilizando sacos próprios, pois a falta de higienização é a principal causa de restrições legais e de conflitos sociais;
  • Garantir que as vacinas, vermifugação e controle de parasitas estejam em dia, já que muitos municípios exigem comprovante atualizado para permitir o acesso;
  • Proteger o pet do sol intenso e utilizar protetor solar veterinário em áreas expostas da pele, além de evitar a permanência entre 10h e 16h, período de maior radiação;
  • Avaliar a temperatura da areia antes do passeio: se queima os pés humanos, também pode queimar as patas do animal;
  • Oferecer água potável com frequência e sombra. É isso o que vai prevenir a desidratação e hipertermia, que são problemas comuns em dias de calor.

Ao seguir as recomendações de saúde pública e de bem-estar animal, é possível conciliar o lazer com a presença dos pets na praia. Mais do que uma questão de direito de acesso, trata-se de uma responsabilidade compartilhada entre tutores, poder público e sociedade.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.