Sinais de estresse em gatos, e como ajudar seu felino com cuidados simples em casa

Especialistas explicam por que mudanças no ambiente e na rotina podem transformar o comportamento dos bichanos e evitar problemas comuns no dia a dia

A veterinária Nai Osepyan, especialista em comportamento felino, detalhou, em entrevista ao programa de TV argentino Data Animal, os sinais mais comuns de estresse em gatos e explicou como atitudes simples dentro de casa podem melhorar o bem-estar desses animais.

Osepyan destacou que comportamentos como acordar os tutores à noite, evitar a caixa de areia ou demonstrar tensão com outros gatos geralmente têm origem emocional, ambiental ou na falta de estímulos adequados. Segundo ela, entender essas necessidades é essencial para garantir uma convivência saudável.

Problemas mais comuns

Entre as dúvidas mais frequentes relatadas por tutores está o abandono da caixa de areia. Antes de qualquer intervenção, Osepyan reforça que é importante descartar causas médicas por meio de uma avaliação veterinária. Com a saúde em dia, o próximo passo é observar o ambiente.

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A especialista também alertou para a importância da castração em casos de marcação com urina. Ela explicou que o ato de marcar não é o mesmo que uma eliminação comum. A urina usada na marcação costuma ter textura diferente e é aplicada em superfícies verticais. Já quando o gato evita a bandeja e procura outros lugares para fazer as necessidades, isso pode indicar desconforto com o local, com o tipo de areia ou com a rotina da casa.

Gatos vivem melhor em dupla?

Segundo Osepyan, a ideia de que gatos sempre convivem melhor em pares não corresponde à realidade. Gatos não formam grupos por natureza e não escolhem seus companheiros. Por isso, forçar a convivência pode gerar tensão.

Despertares noturnos também são comuns e geralmente estão ligados à maneira como os humanos organizam a rotina. A condutista lembrou que gatos são animais crepusculares, ativos principalmente no início da manhã e no fim da tarde, e não totalmente noturnos como muitos acreditam.

Ensinar é diferente de educar

Osepyan diferenciou ensino de educação. Gatos conseguem aprender por associação, como atender a um chamado quando relacionam o som a algo positivo. Para isso, estímulo mental e físico diário é fundamental.

Ela pontuou que gatos são extremamente treináveis e que práticas como o uso de target training e clicker são eficientes. O jogo, segundo a especialista, não é apenas lazer, mas parte do instinto de caça e essencial para evitar tédio e comportamentos indesejados.

Ambiente, rotina e estímulos

A especialista reforçou que, apesar de viverem dentro de casas ou apartamentos, os gatos continuam tendo necessidades naturais. Na natureza, eles comem em um local e eliminam em outro, o mais distante possível. Em casa, dependem totalmente do tutor para equilibrar o ambiente.

Entre as recomendações, ela sugere oferecer diferentes tipos de areia e mais de uma caixa para que o gato escolha a opção mais confortável. Também desaconselha o compartilhamento de potes de comida, já que dividir recipientes pode gerar desconforto e competição.

A veterinária destacou, ainda, a importância da parceria entre veterinários e especialistas em comportamento. Enquanto o veterinário descarta problemas de saúde, o tutor analisa o ambiente, a rotina e as relações sociais do gato.

Para Osepyan, o maior risco é um gato sem estímulos. Enriquecimento ambiental, variedade de experiências e interação humana são fundamentais. Ela ressalta que não basta pendurar brinquedos nas paredes. Interagir diariamente com o gato é parte essencial do cuidado.

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação Duo, FBK, Gira e Viver.

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