Nas últimas décadas, a relação entre humanos e cães mudou de forma significativa. A veterinária e epidemiologista Audrey Ruple, da Virginia Tech, explica que os animais deixaram de ocupar apenas o quintal e passaram a fazer parte da rotina familiar. Segundo ela, esse vínculo mais próximo despertou o interesse por estratégias que aumentem a expectativa de vida dos cães.
Confira seis dicas dos especialistas que podem prolongar a vida dos cães:
1) Exercício regular
O primeiro hábito é manter uma rotina de exercícios constante. A pesquisadora Kate Creevy, da Faculdade de Medicina Veterinária da Texas A&M, afirma que a atividade física frequente está ligada a melhor saúde cognitiva e a menos diagnósticos médicos. Além de prevenir a obesidade, o exercício diário reduz riscos de diabetes, problemas articulares e doenças respiratórias. A recomendação mínima é de 30 minutos de atividades aeróbicas por dia, ajustando a duração de acordo com o porte e o temperamento do animal. Creevy reforça que constância é essencial para evitar lesões.
2) Socialização
A socialização e o enriquecimento ambiental também desempenham papel importante. Estudos citados pela National Geographic mostram que cães que convivem com mais pessoas e outros animais apresentam menos problemas de saúde, como osteoartrite e doenças gastrointestinais. A interação e o brincar estimulam o cérebro, ajudando a retardar o declínio cognitivo. Ambientes com brinquedos e atividades variadas favorecem o desenvolvimento de novas conexões neurais.
3) Castração
A castração aparece como o terceiro hábito indicado pelos especialistas. Pesquisas mostram que cães castrados vivem mais tempo. Em fêmeas, o procedimento reduz riscos de câncer de mama e elimina doenças no útero e nos ovários. Nos machos, diminui problemas de próstata e previne câncer testicular. A recomendação é realizar o procedimento após o animal atingir a maturidade óssea, sempre com orientação veterinária.
4) Alimentação planejada
O quarto ponto envolve a escolha de uma dieta equilibrada. De acordo com Erik Olstad, professor da UC Davis, dietas da moda, como alimentos crus ou refeições caseiras improvisadas, podem causar infecções e deficiências nutricionais. O principal problema observado pelos veterinários ainda é a sobrealimentação, que leva à obesidade e pode reduzir a expectativa de vida em até dois anos e meio. Especialistas recomendam ração formulada conforme os padrões nutricionais das agências reguladoras.
5) Visitas regulares ao veterinário
O quinto hábito é manter consultas veterinárias de rotina e a vacinação em dia. Um estudo de 2023 apontado pela National Geographic indica que cães que passam por check-ups regulares têm 30 por cento menos chances de desenvolver doenças crônicas. Já os animais vacinados apresentam 40 por cento menos incidência de doenças transmissíveis. Medicamentos antiparasitários também reduzem infecções em 35 por cento. O ideal é visitar o veterinário ao menos uma vez por ano, aumentando a frequência com o avanço da idade.
6) Cuidado com a saúde bucal
O sexto hábito trata da higiene dental. Doenças na boca podem causar inflamações, infecções e até agravar problemas cardíacos. O ideal é escovar os dentes do cão diariamente, mas algumas vezes por semana já trazem benefícios significativos.
Os especialistas reforçam que o objetivo dessas práticas não é apenas prolongar a vida dos cães, mas garantir que ela seja saudável e ativa. Para Olstad, a prioridade deve ser promover o bem-estar dos animais em todas as etapas da vida, mensagem que encerra o estudo sobre longevidade canina divulgado pela National Geographic.