Pesquisadores brasileiros identificaram, no
Diferente de agentes como o da gripe ou o coronavírus, o Naiavírus não afeta seres humanos. Ele infecta apenas amebas.
O que chama atenção, além do tamanho fora do comum, é sua estrutura. O vírus tem um corpo envolto por uma espécie de “manto” e uma cauda flexível, que se dobra e se alonga, ajudando na infecção das amebas.
Outro destaque é o genoma gigante, com quase 1 milhão de pares de bases de DNA. Muitos de seus genes não têm semelhança com nada conhecido pela ciência. Alguns apresentam funções até então atribuídas apenas a células complexas, como bactérias e eucariotos, e outros lembram proteínas de plantas.
Para os cientistas, isso sugere que o vírus guarda pistas sobre processos evolutivos ainda pouco compreendidos.
A descoberta foi publicada em 17 de setembro na revista científica Nature Communications.
Segundo Otavio Thiemann, pesquisador do IFSC-USP e coautor do estudo, as proteínas do supervírus podem abrir caminho para novas pesquisas em biotecnologia, com potencial de gerar enzimas e fármacos inovadores. Além disso, podem ajudar a responder perguntas fundamentais sobre a evolução da vida na Terra, como a origem do núcleo das células.
Para chegar ao Naiavírus, a equipe analisou 439 amostras de água do Pantanal até encontrar sinais em uma delas, coletada em Porto Murtinho (MS).
*Com agências