Medicar gatos é um desafio comum para tutores, daquele tipo que todos concordam ser a maior das missões na vida de um cat lover.
Comportamentos defensivos, como arranhões e tentativas de fuga, tornam o processo complexo e às vezes cansativo, mas há técnicas adequadas e a orientação de veterinários para ajudar a tornar a tarefa mais segura e eficiente.
Por que os gatos resistem a tomar remédio
Ao contrário dos cães, que muitas vezes aceitam petiscos recheados com comprimidos, os gatos possuem paladar seletivo e tendem a rejeitar sabores ou texturas diferentes. Isso torna a administração de medicamentos um dos maiores obstáculos para os tutores.
De acordo com a Associação Brasileira de Veterinários de Animais de Companhia (ABHVet), a recusa faz parte do instinto felino. “O gato é um animal naturalmente desconfiado. Ao identificar algo estranho no alimento ou perceber que está sendo contido, pode reagir de forma agressiva. Por isso, o manejo deve ser feito com calma e paciência”, explica a associação.
Além da dificuldade prática, oferecer comprimidos de forma incorreta pode levar à ingestão parcial da dosagem ou até provocar engasgos. Por isso, a recomendação é sempre contar com a orientação do veterinário antes de iniciar o tratamento, especialmente em casos de doenças crônicas que exigem uso contínuo de medicamentos.
Técnicas recomendadas por especialistas
O processo pode ser facilitado com a adoção de algumas estratégias que aumentam a aceitação do gato e reduzem o estresse durante a medicação.
Segundo o Manual de Medicina Felina da Universidade de São Paulo (USP), entre as técnicas mais seguras estão:
- esconder o comprimido em alimentos palatáveis, como patês ou petiscos específicos desenvolvidos para isso;
- utilizar cápsulas de gel que permitem encobrir o sabor e o cheiro do remédio;
- optar por administradores orais, seringas ou aplicadores de comprimidos, que ajudam a posicionar o medicamento corretamente na boca do animal;
- “enrolar” o gato em uma toalha (“técnica do burrito”) para evitar arranhões e manter o controle de forma segura;
- conversar com o veterinário sobre alternativas, como manipulação em forma líquida ou biscoitos medicinais, quando houver possibilidade.
A Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária (SBMV) reforça que o acompanhamento profissional é indispensável em qualquer caso.
“O tutor nunca deve modificar a forma de administração ou suspender a medicação sem a orientação do médico-veterinário, sob risco de comprometer a eficácia do tratamento”, destaca a instituição.