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Simulador Gleeble revoluciona testes de metais; veja como funciona

Coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) em Materiais do Senai, Thompson Júnior Ávila Reis, detalha como o simulador Gleeble permite testar processos metalúrgicos, garantindo a integridade de produtos antes da fabricação industrial.

A tecnologia permite que as empresas economizem tempo e recursos, além de garantir a segurança e a qualidade dos produtos que chegam ao mercado

A busca por materiais mais eficientes e processos produtivos otimizados é uma constante na indústria moderna. Nesse cenário, tecnologias que permitem prever o comportamento dos metais antes de uma produção em larga escala se tornam aliadas estratégicas. Uma dessas ferramentas é o simulador de processos Gleeble, capaz de recriar as condições industriais em laboratório.

A tecnologia permite que as empresas economizem tempo e recursos, além de garantir a segurança e a qualidade dos produtos que chegam ao mercado. Em entrevista à Itatiaia, o Coordenador de PDI em Materiais no Centro de Inovação e Tecnologia Senai Fiemg, Thompson Júnior Ávila Reis, explicou como o equipamento funciona.

O que é o simulador Gleeble?

Desenvolvido entre as décadas de 1940 e 1950, o Gleeble foi criado inicialmente para simular processos de soldagem. Em uma época com computadores ainda rudimentares, as simulações eram físicas, ou seja, realizadas em amostras reais dos materiais para encontrar as melhores condições de união entre peças.

“Submetendo estes [materiais] às mesmas condições em que seriam submetidos quando soldados, são feitos testes que permitem saber se as condições de soldagem simuladas são adequadas ou não”, detalhou Thompson. Com o tempo, o simulador ganhou acessórios e evoluiu.

Atualmente, o equipamento consegue simular os mais diversos processos metalúrgicos. Isso inclui a fragilização durante a solidificação, que ocorre em processos de fundição e lingotamento contínuo, além de processos de conformação a quente, como laminação e forjamento, e diversos tratamentos térmicos.

Como a tecnologia funciona

O princípio do Gleeble é testar fisicamente pequenas amostras de um metal sob condições rigorosamente controladas e monitoradas. A ideia é submeter o material a um amplo espectro de possibilidades de processamento para identificar, dentro dessa gama, quais são as condições ideais para garantir a integridade e a melhor resposta do produto final.

Segundo o coordenador do Senai Fiemg, os resultados obtidos nessas simulações em laboratório possuem uma relação muito fiel com a realidade industrial. Além disso, o escalonamento dos dados para o ambiente de produção em massa é relativamente simples, pois os testes já consideram cenários factíveis para o cliente.

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Vantagens para a indústria

O uso de simulações com o Gleeble oferece benefícios diretos para o setor produtivo, explorando todo o potencial da rota de processamento para criar produtos cada vez mais eficientes.

  • Economia: Os testes são feitos em pequenas amostras, o que reduz drasticamente o custo com matéria-prima e evita paradas na linha de produção, que seriam necessárias para testes em escala industrial.
  • Precisão: As condições de teste são fortemente monitoradas, algo que muitas vezes não é possível em escala industrial, diminuindo a possibilidade de erros.
  • Segurança: Ao encontrar as condições ideais de processamento, a tecnologia garante a integridade e a segurança dos materiais que serão utilizados em estruturas, veículos e outros produtos.
  • Inovação: A ferramenta possibilita a exploração de todo o potencial de uma rota de processamento em favor de produtos cada vez mais eficientes e inovadores.

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Amanda Alves é graduada, especialista e mestre em artes visuais pela UEMG e atua como consultora na área. Atualmente, cursa Jornalismo e escreve sobre Cultura e Indústria no portal da Itatiaia. Apaixonada por cultura pop, fotografia e cinema, Amanda é mãe do Joaquim.