A indústria moderna depende de
Em entrevista à Itatiaia, o coordenador de PDI em Materiais no Centro de Inovação e Tecnologia Senai Fiemg, Thompson Júnior Ávila Reis, explicou como essas técnicas funcionam e sua aplicação no setor industrial.
O que é o MEV?
O microscópio eletrônico de varredura, conhecido pela sigla MEV, é um dos equipamentos mais versáteis para a análise de materiais. De forma simplificada, ele utiliza um feixe de elétrons que interage com a superfície de uma amostra. A resposta a essa interação gera imagens de altíssima ampliação.
Segundo Reis, as aplicações são diversas. “É possível fazer uma análise microscópica da fratura de uma peça e identificar evidências da causa desta fratura”, afirmou. A ferramenta também permite observar a microestrutura para inferir o desempenho do material e orientar rotas de processamento que visam melhorar suas propriedades.
Além disso, o MEV consegue identificar os elementos químicos presentes em um ponto específico da análise. Essa funcionalidade é crucial para determinar a composição de partículas microscópicas encontradas em metais, ajudando a rastrear sua origem e a otimizar os processos de produção.
Para que serve o DRX?
O Difratômetro de Raios-X (DRX), que utiliza a mesma tecnologia de exames de radiografia, foi originalmente desenvolvido para o estudo de materiais. A técnica permite a identificação precisa dos constituintes de uma amostra, sejam eles metálicos ou minerais.
“Um exemplo bem concreto seria a identificação dos mais diversos minerais que constituem uma rocha. Isso é muito versátil e de ampla aplicação no estudo de materiais”, declarou o especialista.
Análise de falhas para prevenção
Quando um componente industrial falha, as consequências podem ser graves. A análise da microestrutura com o MEV e o DRX é essencial para descobrir o que aconteceu e, principalmente, para prevenir problemas futuros.
Reis explica que uma falha pode ocorrer por sobrecarga, corrosão, fadiga, mau uso ou pela aplicação de um material inadequado. “O fato é que o mecanismo de falha deixa impressões características na fratura do componente. Logo, análises em escala microscópica utilizando o MEV permitem identificar o mecanismo de fratura e inferir as condições que levaram o componente à falha”, disse ele.
A investigação também valida se o material correto foi utilizado na fabricação e se o processo seguiu as especificações. Diferentes rotas de fabricação resultam em propriedades distintas, e o não cumprimento das normas pode ser a causa do problema. A identificação das causas é o ponto de partida para estabelecer condições que evitem novas falhas, garantindo mais segurança e eficiência na indústria.
Com laboratórios avançados, o SENAI analisa e qualifica a estrutura de ligas metálicas.