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Bolsa tem leve recuperação antes de derrota do governo na MP do IOF

Ibovespa recuperou parte das perdas de terça-feira com investidores esperando a votação da MP do IOF sem grandes riscos fiscais

Governo esperava arrecadar R$ 17 bilhões com a MP para equilibrar o orçamento

A bolsa brasileira teve uma leve recuperação nesta quarta-feira (8) com o Ibovespa, índice que reúne as principais empresas do mercado, valorizando 0,56% aos 142.145,38 pontos. O desempenho tímido se deu na medida em que os investidores esperavam o desenrolar da Medida Provisória (MP) 1303, que aumentava impostos sobre investimentos como alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Logo após o fechamento do mercado, a Câmara dos Deputados decidiu retirar a votação da MP da pauta, deixando a proposta perder a validade. A medida precisava ser aprovada no Congresso até meia-noite para não perder a validade. O texto era uma das apostas do Ministério da Fazenda para fechar o orçamento no azul, esperando arrecadar R$ 17 bilhões em 2026.

A MP previa uma alíquota uniforme de 18% de Imposto de Renda cobrada sobre aplicações como ativos virtuais (criptomoedas), ações, e Juros sobre o Capital Próprio (JCP). Contudo, a medida manteve a isenção de diversos títulos, como Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCI e LCA), Certificados de Recebíveis (CRIs e CRAs) e Fundos Imobiliários (FFI).

A expectativa de votação da medida, vista como sinal para um orçamento mais equilibrado, fez a bolsa se recuperar de uma terça-feira (7) de forte queda. Ontem, o Ibovespa teve uma queda de 1,57% com o indicador recuando para 141.356,43 pontos. Sem a MP, é possível que o mercado volte a avaliar os riscos fiscais nos ativos brasileiros.

Dólar cai refletindo ata do Banco Central dos Estados Unidos

O dólar desvalorizou frente ao real em 0,1%, próximo da estabilidade, fechando o dia cotado a R$ 5,34. A moeda americana sofreu influência da ata de setembro do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos. Nela, os diretores da autoridade monetária revelaram um tom cauteloso quanto a novos cortes de juros.

Ao mesmo tempo em que consideram uma política restritiva um risco para o mercado de trabalho, os diretores ressaltaram uma preocupação com a inflação. “Nesse sentido, a ata reforçou a percepção de um Federal Reserve dividido, o que elevou incertezas sobre a direção e o ritmo de novos movimentos”, avaliou o analista de inteligência de mercado da StoneX, Leonel Mattos.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.