A contaminação de solos e águas é um dos passivos ambientais mais desafiadores para a indústria moderna. Mais do que um problema ecológico, trata-se de uma questão de sustentabilidade e responsabilidade social. A remediação desses ambientes é, portanto, um passo essencial para garantir não apenas o equilíbrio ambiental, mas também a continuidade das atividades produtivas de forma segura e legal.
De acordo com a bióloga Marina Andrada Maria, pesquisadora em tecnologia do Instituto Senai de Tecnologia em Meio Ambiente, a remediação é um conjunto de técnicas desenvolvidas para conter, reduzir ou remover a concentração de poluentes em uma determinada área, com o objetivo de reabilitar o local e eliminar riscos à saúde humana e ao meio ambiente.
“Esse processo é fundamental para a indústria, pois permite a reutilização de áreas, evita passivos ambientais e assegura o cumprimento de normas ambientais, além de proteger a imagem das empresas”, explica à Itatiaia.
Técnicas que recuperam o equilíbrio ambiental
Existem diferentes métodos de remediação, aplicados conforme o tipo de contaminação e as condições do local. Marina destaca que essas tecnologias podem ser utilizadas in situ, quando o tratamento ocorre no próprio local, ou ex situ, com a remoção do solo ou da água contaminada para tratamento em outro ambiente.
As estratégias incluem desde técnicas biológicas, que utilizam microrganismos ou plantas (como na fitorremediação), até soluções químicas e físicas, como processos de oxidação e redução, lavagem de solo, extração de vapor, barreiras reativas e métodos térmicos. Em alguns casos, pode ocorrer ainda a atenuação natural, quando o ambiente se recupera gradualmente sem intervenção humana direta.
Desafios e ganhos ambientais e econômicos
Segundo a pesquisadora, as indústrias recorrem à remediação quando há confirmação de uma área contaminada, seja adquirida com passivo ambiental, em processos de descomissionamento de estruturas ou após acidentes como derramamentos. A iniciativa pode partir de uma exigência legal ou de uma postura voluntária da empresa.
Entre os principais desafios, Marina aponta o alto custo financeiro e as limitações regionais e geológicas, que podem dificultar a perfuração de poços, a injeção de substâncias e a remoção de solo contaminado. Apesar disso, os benefícios superam as dificuldades.
“A remediação reduz o risco de multas e danos à reputação, melhora a imagem da empresa e pode valorizar áreas antes inutilizáveis, abrindo novas oportunidades de negócio”, afirma.
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