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Ergonomia no escritório: norma da ABNT mostra como softwares podem ser mais amigáveis

Você pensa em ergonomia e lembra de cadeiras? Uma norma da ABNT foca em outro ponto: a facilidade de usar programas de computador

Sete regras simples tornam os sistemas menos estressantes e aumentam a produtividade no trabalho

Quando se fala em ergonomia no trabalho, a primeira imagem que vem à mente é a de uma cadeira confortável ou uma mesa na altura certa. No entanto, um fator igualmente importante para a saúde e a produtividade, especialmente no setor administrativo, é a qualidade dos programas de computador que usamos todos os dias. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) trata disso na norma NBR 9241, que foca na “conversa” entre a pessoa e o sistema.

A norma estabelece princípios para que os softwares sejam mais fáceis de usar, mais lógicos e menos cansativos para o cérebro. O objetivo é que a tecnologia seja uma aliada que facilita as tarefas, e não um obstáculo que gera estresse e erros. Aplicar essas ideias beneficia tanto os funcionários quanto as empresas.

A ‘conversa’ entre você e o computador

A NBR 9241 define a interação entre uma pessoa e um sistema como um “diálogo”. Para que essa conversa funcione bem, ela precisa seguir algumas regras básicas que a tornam mais eficiente e agradável. A norma lista sete princípios que funcionam como um guia para criar programas e sistemas melhores para quem os utiliza.

A ideia é simples: se o software é bem projetado, o trabalho flui melhor e com mais qualidade. Isso acontece porque um sistema inteligente e amigável atende às necessidades de quem o opera, tornando a execução das tarefas mais rápida e eficiente.

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A norma NBR 9241 aponta sete princípios fundamentais para que um software seja considerado ergonomicamente adequado:

  1. Foco na tarefa

    Um bom programa deve ajudar, e não atrapalhar. Ele deve mostrar apenas as informações necessárias para realizar o trabalho e automatizar passos repetitivos. Exemplo: Ao abrir um formulário, o cursor já aparecer piscando no primeiro campo a ser preenchido, sem que você precise clicar nele.

  2. Ser claro e autoexplicativo

    Cada etapa do uso do sistema deve ser fácil de entender. Se algo for complexo, o próprio programa deve oferecer uma explicação. Exemplo: Antes de apagar um arquivo permanentemente, o sistema exibir uma mensagem clara pedindo confirmação, como “Tem certeza que deseja excluir?”.

  3. Você no controle

    Quem manda na interação é o usuário, não o sistema. A pessoa deve controlar o ritmo e a direção das suas ações. Exemplo: Um campo de preenchimento não some ou é bloqueado até que o usuário indique que terminou, como ao apertar a tecla [Enter].

  4. Funcionar como o esperado

    A interface deve ser consistente e previsível, seguindo padrões que o usuário já conhece. Exemplo: A tecla [F1] ser sempre usada para abrir a tela de ajuda, não importa em que parte do programa você esteja.

  5. Ser tolerante a erros

    O sistema deve ser projetado para evitar que o usuário cometa erros e, caso eles aconteçam, deve facilitar a correção. Exemplo: Se você digitar letras em um campo que só aceita números, o programa deve avisá-lo imediatamente, antes de processar a informação errada.

  6. Adaptar-se a você

    Um bom software pode ser ajustado para atender às necessidades e preferências de diferentes pessoas. Exemplo: Permitir que um usuário canhoto configure o mouse para usar com a mão esquerda ou oferecer fontes maiores para quem tem dificuldade para enxergar.

  7. Ser fácil de aprender

    O programa deve ser intuitivo, ajudando o usuário a aprender a usá-lo de forma natural e sem complicações. Exemplo: Oferecer tutoriais interativos ou um “modo de teste”, onde o usuário pode experimentar funções sem o risco de causar problemas reais no sistema.

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Amanda Alves é graduada, especialista e mestre em artes visuais pela UEMG e atua como consultora na área. Atualmente, cursa Jornalismo e escreve sobre Cultura e Indústria no portal da Itatiaia. Apaixonada por cultura pop, fotografia e cinema, Amanda é mãe do Joaquim.