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Opep+ vai decidir se aumenta a produção de petróleo em meio a queda do barril

Organização de Países Exportadores de Petróleo quer recuperar a participação de mercado; ações da Petrobras caíram até 5,81%

Expectativa de aumento na oferta de petróleo derrubou o preço do barril

A Organização de Países Exportadores de Petróleo, a Rússia e aliados (Opep+) vão decidir neste domingo (5), em reunião virtual, se ampliam a produção do óleo bruto. A expectativa de aumento na oferta do produto no mercado derrubou o preço do barril em até 7,33% na última semana, inclusive influenciando negativamente as ações da Petrobras.

A expectativa é de que o grupo aprove a ampliação da produção de petróleo em 137 mil barris diários em novembro, mesmo patamar aprovado para o mês de outubro. O objetivo do grupo é recuperar a participação da líder Arábia Saudita no mercado da commodity em um movimento que ocorre desde abril, após anos de corte. Desde então, o grupo já reverteu cortes de 4,15 milhões de barris por dia, quase 4% do mercado.

Como expectativa para um excesso de barris disponíveis, o preço dos contratos futuros do barril despencaram. O petróleo Brent, negociado na bolsa de Londres, caiu 7,02% na última semana, saindo de US$ 69,50 o barril na segunda-feira (29), para US$ 64,53 no fechamento de sexta (3).

O barril do petróleo WTI, negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (NYMEX), também teve uma queda acentuada. O preço abriu a segunda passada em US$ 65,7, e com uma depreciação de 7,33% fechou a semana em US$ 60,88

Ainda em relação à Opep+, seus países estão de olho no ultimato dado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Hamas. O republicano deu até este domingo para o grupo terrorista decidir sobre o acordo pelo fim da guerra contra Israel. Os preços chegaram a ter uma leve alta depois das falas de Trump na sexta-feira.

Ações da Petrobras tiveram queda acentuada na semana

A expectativa pela decisão da Opep+ pressionou a cotação da Petrobras na última semana. A empresa brasileira tem uma importante participação do mercado, com a produção de 5 milhões de barris de petróleo por dia, segundo dados de julho da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

As ações ordinárias da Petrobras (PETR3, com direito a voto em assembleias) caíram 5,81%. Na segunda, os papeis abriram cotados a R$ 35,11, e fecharam na sexta-feira a R$ 33,07. Já as ações preferenciais (PETR4, com preferência na distribuição de dividendos), caíram de R$ 32,26 para R$ 31,00, um recuo de 3,9%.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.