Bolsa supera 164 mil pontos com dados fracos do PIB, e dólar mira estabilidade

Sinal de desaceleração da economia brasileira aumenta as apostas para um corte da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 15% ao ano

Bolsa caminha para fechar com o terceiro dia seguido de recorde

O Índice Bovespa (Ibovespa), principal indicador do mercado de ações brasileiro, superou os 164 mil pontos na máxima intradiária, com o mercado repercutindo os dados mais fracos do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (4).

Por volta de 15h, o índice avançava 1,16% aos 163,625.94 pontos, enquanto às 12h30 chegou a bater 164,391.16. Durante o pregão, a bolsa renovou sucessivos recordes e, agora, caminha para fechar o terceiro dia consecutivo de alta.

O dólar ronda a estabilidade, com uma leve queda de 0,06%, aos R$ 5,30. Na mínima do dia, a moeda americana chegou a desvalorizar 0,4%, aos R$ 5,28. O movimento positivo do mercado ocorre na medida em que os investidores analisam a desaceleração do PIB como um reflexo da política monetária restritiva.

O PIB do terceiro trimestre teve um avanço modesto de 0,1%, com uma desaceleração dos serviços, abaixo da estimativa de 0,2% do mercado financeiro. O resultado aumenta as apostas para um corte na taxa básica de juros (Selic) por parte do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), uma vez que a acomodação da economia pode influenciar a decisão dos diretores da autoridade monetária.

A Selic está mantida em 15% ao ano como uma estratégia para desacelerar o consumo e levar a inflação para o centro da meta de 3%. Atualmente, o Índice de Preços Nacional ao Consumidor Amplo (IPCA), está acumulado em 4,68% nos últimos 12 meses.

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Segundo o analista de inteligência de mercado da StoneX, Leonel Mattos, a acomodação do PIB intensifica as apostas para os cortes na Selic. “Embora o Banco Central sinalize preocupação com a dinâmica inflacionária brasileira, o enfraquecimento da atividade produtiva pode favorecer uma decisão de antecipar o início do ciclo de cortes para a taxa básica de juros (Selic)”, disse.

As principais empresas da bolsa brasileira aproveitam o bom momento. Vale, Itaú Unibanco e Bradesco, valorizam acima de 1% no pregão. A Petrobras, empresa de maior peso do indicador, também chegou a valorizar mais de 1%, mas perdeu o fôlego ao longo do dia.

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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