A economia brasileira dá sinais de desaceleração com um crescimento leve do Produto Interno Bruto (PIB)
Em linhas gerais, o mercado financeiro projetava um aumento de 0,2% do PIB, de acordo com levantamento da agência Bloomberg. O destaque ficou com a agropecuária, que cresceu 0,4%, e a indústria, em uma variação positiva de 0,8%. O setor de serviços, que tem maior peso na economia nacional, ficou praticamente estável em 0,1%.
‘Prévia do PIB’ indica desaceleração da economia no terceiro trimestre de 2025 PIB de Minas Gerais soma R$ 305 bilhões impulsionado pelo agro
O resultado é impactado pela taxa básica de juros de 15% ao ano, patamar considerado alto para provocar uma desaceleração no consumo e conter o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulada em 4,68% nos últimos 12 meses. A inflação tem uma meta de 3%, com intervalo de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos - porém, o Banco Central tem focado no centro da meta.
Para o economista sênior do Banco Inter, André Valério, os números do PIB reforçam a tendência de acomodação do crescimento da economia. “Nos últimos 8 trimestres, o crescimento médio do PIB na comparação contra o mesmo trimestre do ano anterior foi de 3%. Esse trimestre marca um desvio dessa tendência, com o crescimento nessa métrica sendo de 1,8%”, disse o especialista.
“Ainda assim, vemos uma economia bastante robusta, e o PIB caminha para ter um crescimento robusto em 2025, acumulando alta de 2,4% até setembro, ainda crescendo acima da tendência pré-pandemia. De toda forma, esperamos a continuidade da tendência de acomodação do crescimento, com o PIB encerrando o ano com alta acumulada de 2,2%”, completou.
A estimativa do banco vai em linha com as projeções da Secretária de de Política Econômica (SPE) que, em novembro, estimou um crescimento PIB de 2,2% em 2025. Para o trimestre, o governo previa um avanço de 0,3%. Em nota divulgada nesta quinta-feira (4), a SPE afirmou que o menor crescimento do setor de serviços surpreendeu.
Outro destaque do governo foi uma queda no consumo das famílias, de 1,8% para 0,4% do segundo para o terceiro trimestre, refletindo um recuo no consumo de bens duráveis e não duráveis, além da redução no ritmo de consumo de produtos semiduráveis e de serviços, o que ajudou a segurar o setor.
Natal em BH deve movimentar R$ 2,55 bilhões no comércio Pagamento do 13º salário vai beneficiar o comércio de BH no natal
“A desaceleração do consumo está associada ao desaquecimento dos mercados de trabalho e crédito no terceiro trimestre, em resposta aos impactos defasados da política monetária restritiva”, disse a SPE.
Comparações com o ano passado
Na comparação com o mesmo período do ano passado, o PIB cresceu 1,8% no terceiro trimestre de 2025. A agropecuária teve um avanço de 10,1% em relação ao igual período de 2024, com destaque para a produção das safras de milho (23,5%), laranja (13,5%) e algodão (10,6%), enquanto a cana de açúcar recuou 1,0%.
No acumulado dos últimos quatro trimestres, a economia cresceu 2,7%. Nessa comparação, as três atividades mostraram avanços: Agropecuária (9,6%), Indústria (1,8%) e Serviços (2,2%). Nas atividades industriais, o destaque foi para as indústrias extrativas (4,5%), construção (2,5%), e indústrias de transformação (1,6%).
Nos Serviços, houve altas em Informação e comunicação (6,2%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (2,7%), Transporte, armazenagem e correio (2,7%), Outras atividades de serviços (2,6%), Comércio (2,2%), Atividades imobiliárias (2,0%) e Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade (0,7%).