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PIB de Minas Gerais soma R$ 305 bilhões impulsionado pelo agro

Setor teve o maior crescimento em relação aos primeiros três meses de 2025, com desempenho da safra de grãos

Safra da soja impulsionou o agro no segundo trimestre de 2025

O Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais fechou o segundo trimestre de 2025 somando R$ 305,4 bilhões, de acordo com dados da Fundação João Pinheiro (FJP) desta quinta-feira (19). O resultado mostra um crescimento da economia local em 1,2% em relação ao trimestre imediatamente anterior, e cerca de 2,5% se comparado ao mesmo trimestre de 2024.

O resultado positivo se dá em grande parte pelo desempenho do setor agropecuário, que teve um crescimento de 8,3% em relação aos primeiros três meses do ano, um valor adicionado bruto (VAB) de R$ 47,7 bilhões. O agro também teve um resultado superior de 6,8% na comparação com o segundo trimestre do ano.

Segundo a FJP, o destaque no setor agrícola ocorre na esteira da expansão da produção de algodão, milho e soja. Ainda houve uma recuperação da produção de leite, do abate de suínos e aves, além da utilização de madeira para a fabricação de papel e celulose.

“Para entender o resultado a gente precisa de três informações: a variação da quantidade produzida em diferentes safras; o peso dessas culturas; e a proporção de safra colhida de cada cultura em cada trimestre. A safra de grãos se recuperou bastante no resultado do trimestre. A produção de soja aumentou 18%”, explicou o pesquisador Thiago Almeida.

Das quatro principais culturas da produção mineira, café, cana, sója e milho, apenas o primeiro teve uma queda de 7,5% no ano, conforme levantamento sistemático da produção agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Esse é um ano de baixa no ciclo bianual do café, mas sendo compensado pelo desempenho da soja”, completou.

Indústria tem crescimento puxado pela mineração

Dentro do setor industrial, que teve um desempenho de R$ 66,9 bilhões (+0,5), o destaque do levantamento fica sobre as indústria extrativa mineral, com uma alta de 2,9% em relação ao primeiro trimestre. Se comparado com o mesmo período do ano passado, o setor no geral cresceu 1,6%, e a mineração cresceu 3,3%, puxado pelo desempenho da Mineração Usiminas, Anglo-American e CSN Mineração.

Em relação às utilidades públicas, o valor adicionado bruto teve um crescimento de 2,6% se comparado ao primeiro trimestre, e 2,0% em relação ao mesmo período de 2024. O destaque fica com a geração de eletricidade em diferentes modais, em especial a geração nas usinas hidrelétricas.

O setor de construção teve um crescimento tímido de 0,3% em relação ao início do ano, mas teve uma retração de -2% se comparado com o ano passado. Por outro lado, o setor da indústria de transformação teve uma queda de -0,4% no primeiro trimestre, com a queda na produção da indústria de alimentos e dos biocombustíveis.

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Serviços segue como o maior setor

O setor de serviços ainda representa pouco menos que dois terços da economia estadual, com um resultado de R$ 157,6 bilhões, com um crescimento de 1,6% em relação ao ano anterior. Porém, o desempenho também foi tímido se comparado ao primeiro trimestre com crescimento de apenas 0,3%

O comércio teve uma expansão do volume de valor adicionado de 0,9%, com destaque para as vendas dos hipermercados, farmácias, móveis e eletrodomésticos. Houve estabilidade na venda de combustíveis e queda nas vendas de artigos de vestuário e calçados.

Veja a distribuição do PIB Mineiro

  • Serviços: R$ 157,6 bilhões
  • Indústrias: R$ 66,9 bilhões
  • Agropecuária: R$ 47,7 bilhões
  • Impostos: R$ 33,2 bilhões
  • Total: R$ 305,4 bilhões
Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.