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Entenda os impactos da manutenção da taxa de juros em 15% ao ano

Banco Central decidiu nesta quarta-feira (17) manter o patamar da taxa de juros e não descartou novas altas no futuro

Comitê de Política Monetária manteve a Selic em 15% ao ano por unanimidade

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (17), manter a taxa básica de juros em 15% ao ano. O resultado já era esperado pelo mercado financeiro, considerando o cenário de mercado de trabalho aquecido e inflação acima da meta de 3%, mas o patamar considerado elevado dos juros tem um impacto importante no cotidiano.

Primeiro, a taxa Selic atua como referência para as linhas de crédito. Com os juros elevados, empréstimos bancários ou de outras instituições financeiras ficam mais caros. O financiamento de imóveis e veículos também tendem a seguir a mesma tendência.

Na mesma esteira, o nível de consumo das famílias deve cair. Isso ocorre porque o crédito tem uma relação direta com o aumento do preço dos produtos e serviços, causando uma redução no poder de compra. Para Reinaldo Domingos, especialista em Educação Financeira e presidente da DSOP Educação Financeira, o momento é de cuidado e planejamento.

“A taxa básica influencia diretamente outras taxas do mercado. Quem parcelou compras, tem financiamento ou utilizou cheque especial e cartão de crédito precisa entender que os juros dessas dívidas permanecem altos”, explicou.

Por outro lado, a Selic alta favorece os investimentos em renda fixa, uma vez que oferecem remuneração de acordo com os juros. Nesse caso, títulos como tesouro direto, letras de crédito, debêntures e CDBs (Certificado de Depósito Bancário), se tornam mais atrativos no mercado de capitais.

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“Mesmo que a Selic não suba, é importante analisar o próprio perfil de investimento e definir objetivos claros. Não existe receita única: investimentos de curto, médio ou longo prazo precisam ser pensados de forma estratégica, levando em conta risco, liquidez e retorno esperado”, disse Domingos.

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.