Balança comercial brasileira registra o pior resultado para novembro desde 2021

Exportações bateram recorde para o mês de novembro desde o início da série histórica, mas importações também tiveram volume expressivo

Brasil exportou 64% mais soja em novembro

A balança comercial brasileira teve o pior resultado para o mês de novembro desde 2021, de acordo com dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), nesta quinta-feira (4). No mês passado, o Brasil registrou US$ 28,5 bilhões em exportações, e US$ 22,7 bilhões em importações.

O resultado é um superávit de US$ 5,8 bilhões na balança comercial, uma queda de 13,4% em relação ao superávit de US$ 6,7 bilhões no mesmo período do ano passado. Esse é o pior resultado desde 2021, quando em novembro houve um déficit de US$ 1,11 bilhões (quando as importações superaram as exportações).

Apesar da queda na comparação com 2024, as exportações bateram recorde para o mês de novembro desde o início da série histórica, em 1989. Porém, as importações também atingiram um valor recorde para o mês de novembro, contribuindo para o resultado relativamente ruim.

As exportações em novembro foram impulsionadas pela Agropecuária, que teve uma alta de 20,1% no volume de produtos, e de 4,1% no preço médio. Para o setor, o destaque fica com a venda de soja, que cresceu 64,6%; milho não moído, que avançou (12,6%); e café não torrado, que cresceu 9,1%.

A indústria de transformação teve uma alta de 5,2% no volume exportado, e queda de 2% no preço médio. O setor foi impactado pela venda de produtos semiacabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço (+102%); aeronaves e componentes (+86,1%); e carne bovina (+57,9%).

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Na indústria extrativa, o país registrou uma queda de 9,8% no volume de vendas e de 4,8% no preço médio. O recuo foi influenciado pela queda nas exportações de minérios de cobre e concentrados (-64,2%), e óleos brutos de petróleo (-21,3%).

Na parte das importações, cresceu a compra de centeio, aveia e outros cereais não moídos, em 332,8%, e soja, em 2.753%. Na indústria extrativa houve um aumento na compra de carvão não aglomerado (+53,4%), linhita e turfa (+36,6%) e gás natural (+20,5%). Já na indústria de transformação: combustíveis (+63,7%), motores e máquinas não elétricos (+46,4%) e máquinas de processamento automático de dados (+115,3%).

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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