Clubes são aliados das empresas na capacitação e cuidado com a saúde mental; entenda

Especialistas do SESI MG detalham como o esporte praticado nestes ambientes atua na neuroquímica do cérebro para melhorar foco e decisão; atividades ao ar livre são diferenciais

Espaço esportivo pode ser extensão da sala de treinamento e consultório preventivo

Os clubes são ambientes de lazer, prática de esportes e descontração. No entanto, as empresas que proporcionam a seus funcionários acesso a este tipo de espaço como benefício, podem contar com um local extra de convivência que pode se tornar uma extensão da sala de treinamento ou de um consultório preventivo.

Transformar quadras e piscinas em centros de capacitação e bem-estar exige, contudo, uma mudança de mentalidade: sair do lazer passivo para a estratégia ativa. Para entender essa transição, a Itatiaia conversou com Leonardo Saraiva de Souza, Analista de Lazer e Esportes, e Alex Silvério da Silva, Coordenador de Lazer e Esportes, ambos do Sesi MG.

Segundo os especialistas, a prática física não molda apenas o corpo, mas reconfigura a mente para melhorar o desempenho. “A prática regular melhora o foco, a produtividade e a criatividade, aumentando o fluxo sanguíneo no cérebro e estimulando neurotransmissores ligados à atenção e motivação”, explicaram os profissionais.

O cérebro em movimento

A primeira grande transformação que o clube proporciona é invisível a olho nu, mas perceptível nos resultados. A ciência por trás dos exercícios aponta para um ganho cognitivo direto.

Leonardo e Alex destacam que colaboradores ativos apresentam “melhor desempenho cognitivo, maior clareza mental e maior capacidade de tomada de decisão”. Nesse cenário, o clube deixa de ser um custo operacional para se tornar um investimento em capital intelectual.

A arena das ‘soft skills’

Se a teoria da liderança é ensinada em workshops, é durante a prática de esportes que ela é testada sob pressão. Os especialistas do Sesi MG defendem que as modalidades coletivas, como futebol, vôlei, basquete e handebol, funcionam como simuladores da realidade corporativa.

Essas atividades exigem cooperação e estratégia conjunta, competências que são transferidas diretamente para a gestão de equipes. “A participação contribui para o desenvolvimento de habilidades de liderança ao estimular a tomada de decisão, a comunicação eficaz, o trabalho em equipe e a gestão de conflitos”.

Antídoto contra o cortisol

O terceiro pilar dessa transformação é a saúde mental. Em um ambiente de trabalho cada vez mais tenso, frequentar um espaço como os clubes, atua como um regulador biológico. De acordo com os entrevistados, o exercício é fundamental para equilibrar a balança neuroquímica: ele reduz o cortisol (hormônio do estresse) e libera endorfinas e serotonina.

Mais do que relaxamento, o esporte constrói uma “casca grossa” emocional necessária para o dia a dia. “O esporte fortalece a resiliência emocional ao desenvolver autocontrole, disciplina e capacidade de superação, competências essenciais para lidar com pressões profissionais”, ressaltaram à reportagem.

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O segredo da adesão

Para que o clube realmente funcione como esse centro de desenvolvimento, a estratégia não pode ser impositiva. A “fórmula mágica”, segundo Leonardo e Alex, é a personalização aliada ao prazer.

Eles alertam que não existe uma solução única para tirar funcionários do sedentarismo. O caminho é oferecer programas diversificados que respeitem o perfil de cada um. Para maximizar os benefícios mentais, a recomendação é clara: misturar exercícios aeróbicos com musculação, preferencialmente fora de ambientes fechados.

“Realizar essas atividades ao ar livre é melhor devido aos benefícios adicionais do contato com a natureza e interação com o ambiente externo”. Por fim, os especialistas reforçam que a melhor atividade para a saúde mental é, invariavelmente, aquela que o colaborador gosta de fazer, o que torna a identificação dos perfis e variedade de atividades oferecidas, parte importante para a adesão á prática esportiva.

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Amanda Alves é graduada, especialista e mestre em artes visuais pela UEMG e atua como consultora na área. Atualmente, cursa Jornalismo e escreve sobre Cultura e Indústria no portal da Itatiaia. Apaixonada por cultura pop, fotografia e cinema, Amanda é mãe do Joaquim.

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